Trump tem 1ª vitória em plano para afastar China da América Latina

O governo de Donald Trump declarou um objetivo claro: conter o avanço da China sobre a América Latina. Nesta semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, fez uma visita a quatro países da região e pressionou governos a agir nesse sentido. 

O maior avanço que Rubio conseguiu foi fazer o Panamá sair do projeto Cinturão e Rota, uma iniciativa que facilita investimentos da China em infraestrutura. A saída foi confirmada pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, nesta quinta-feira, 6. A embaixada da China foi notificada e a retirada será concluída em 90 dias. O país estava no acordo desde 2017.

Mais de 140 países aderiram ao acordo, um dos maiores projetos do governo de Xi Jinping, lançado em 2013 e também chamado de Nova Rota da Seda. Mais de US$ 1 trilhão de dólares já teriam sido investidos por meio dele, segundo estimativa da BBC. O Brasil não faz parte da iniciativa.

O Panamá se tornou um dos principais alvos do governo Trump na região, e o presidente Mulino está sob pressão para afastar empresas chinesas da operação do Canal do Panamá. O governo Trump argumenta que há risco de segurança nacional para os EUA porque duas empresas chinesas operam portos que ficam nos acessos ao canal.“Se o governo da China, em meio a um conflito, disser a elas para fechar o canal, elas terão de fechar”, disse Rubio. Na viagem, ele disse ainda que Washington “tomará as medidas necessárias”, caso o país não reduza a influência chinesa na região. 

Já Mauricio Claver-Carone, enviado especial do governo Trump para a América Latina, disse que a presença chinesa no canal “é muito preocupante não só para os Estados Unidos, mas para o Panamá e todo o Hemisfério Ocidental”. 

Apesar da pressão americana, Mulino ressaltou que a soberania sobre o canal, para ele, não está em discussão. O Ministério das Relações Exteriores da China disse que Pequim não interfere na área e que considera o canal como “uma rota marítima internacional neutra”.

A estratégia de Trump

Para o governo Trump, aumentar sua influência na América Latina faz parte de um plano maior de superar a China em nível global. “No discurso de posse, o presidente Trump mencionou o presidente William McKinley (1897-1901). Foi a época em que se começou a criar a estrutura que levaria o século 20 a ser um grande século americano”, disse Carone, durante uma entrevista coletiva em que a EXAME participou. “Para que o século 21 seja um século americano, isso começa aqui, onde vivemos, neste hemisfério.” O enviado ressaltou que reduzir o poder do país asiático na América Latina é parte importante de um reposicionamento global dos Estados Unidos.

“A China quer se tornar o país mais poderoso do mundo, e querem fazer isso às nossas custas”, disse Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, em entrevista a um programa de rádio, no fim de janeiro. “Isso não é do nosso interesse nacional. Não queremos uma guerra, mas vamos resolver essa questão”, afirmou. “A história do século 21 terá muita relação com o que vai acontecer entre EUA e China.”

Valentina Sader, vice-diretora do centro de América Latina do think tank Atlantic Council, avalia que as ações americanas contra a presença chinesa deverão continuar ao longo dos próximos anos. O assunto, avalia, tem apoio bipartidário nos EUA. “Para alguns países da América Latina e Caribe, o pragmatismo será a palavra para navegar este novo governo dos EUA, enquanto poderemos ver maior alinhamento com alguns líderes de direita, como Javier Milei“, diz.

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