Usaid: Trump desmonta agência internacional dos EUA em 2 semanas

Em menos de duas semanas, o governo de Donald Trump desmontou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), uma entidade com orçamento de US$ 40 bilhões, cerca de 10 mil funcionários e milhares de colaboradores em organizações não governamentais do mundo todo.

Na segunda-feira, 3, a principal sede da Usaid foi fechada e seu site saiu do ar. Na terça-feira, todas as instalações da agência em Washington foram fechadas. No final daquele dia, veio a medida mais drástica: o governo anunciou que quase todos os funcionários do órgão seriam colocados em licença administrativa remunerada a partir de sexta-feira. Funcionários que estão fora dos EUA precisam voltar em até 30 dias, salvo raras exceções.

Criada em 1961 para financiar esforços americanos para controlar surtos de doenças e reduzir a mortalidade infantil, entre outras ações humanitárias, a Usaid foi mantida como uma agência separada do Departamento de Estado americano por várias décadas. A ideia era evitar a impressão de que a ajuda humanitária americana estava vinculada a ações diplomáticas dos Estados Unidos.

Para o novo governo, o trabalho realizado pela agência iria contra a abordagem “América primeiro” adotada pelo presidente Trump e pelo empresário Elon Musk, responsável pelo recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

A Casa Branca disse em um comunicado na segunda-feira que, durante décadas, a Usaid “não prestou contas aos contribuintes à medida que destinava enormes quantias de dinheiro a projetos ridículos — e, em muitos casos, mal-intencionados — de burocratas entrincheirados”.

O governo Trump apontou como exemplos o financiamento de programas de diversidade, equidade e inclusão na Sérvia e de uma ópera transgênero na Colômbia.

Nas redes sociais, Musk disse que a agência era uma “organização criminosa” e que o Departamento de Eficiência Governamental havia passado “o fim de semana colocando a Usaid no triturador”.

O desmantelamento da agência, segundo o jornal americano The Wall Street Journal (WSJ) parece ser um teste do governo Trump para ver se há resistência legal ou política a esse tipo de medida.

“Eles veem as agências de ajuda dos EUA e as infraestruturas como mais fracas que o resto do governo, então estão tentando ver o que podem fazer sem consequências”, disse Matthew Kavanagh, diretor do Centro de Política e Política de Saúde Global da Universidade de Georgetown, ao WSJ.

Programas internacionais interrompidos

No dia 24 de janeiro, Trump não apenas suspendeu novos auxílios internacionais, mas também emitiu uma ordem para impedir que grupos externos usassem os recursos americanos que já haviam recebido. Com isso, organizações que dependiam dos fundos da Usaid demitiram centenas de funcionários.

Entre as iniciativas que foram interrompidas, estão trabalhos dos EUA para impedir a disseminação de um surto de Ebola em Uganda, um surto da doença do vírus Marburg na Tanzânia e um surto de Mpox em vários países.

O senador Chris Murphy, um dos parlamentares que protestaram contra o fechamento da Usaid, disse que a ordem de suspensão dos trabalhos interrompeu a entrega de lenha para os soldados ucranianos nas linhas de frente do combate com a Rússia.

Depois de críticas, o governo concedeu algumas isenções para permitir que programas humanitários emergenciais recebam fundos, mas funcionários e beneficiários alegam que receberam pouca ou nenhuma informação sobre quais programas se qualificam.

++ Notícias

  • Funcionários da USAid ao redor do mundo são colocados em licença e ordenados a retornar aos EUA

  • Musk chama agência de ajuda internacional dos EUA de ‘organização criminosa’

  • Official Trump (TRUMP) gerou quase US$ 100 milhões só em taxas de negociação na rede em apenas duas semanas

  • Mais de 20 mil funcionários dos EUA se inscreveram em programa de demissão, diz agência

  • Após tres semanas, incêndios de Los Angeles estão completamente controlados

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