Mundo condena Trump e denuncia plano para Gaza como crime contra a humanidade

A proposta de Donald Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza e deslocar forçadamente os palestinos provocou uma onda de condenações internacionais. Líderes globais e organizações de direitos humanos classificaram o plano como “racista, insano e criminoso”, com a ONU alertando que a iniciativa pode configurar “limpeza étnica”.

Entre as críticas mais duras está a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou a ideia de Trump e reafirmou que “quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”.

O brasileiro denunciou a hipocrisia dos EUA ao financiarem a guerra e depois se apresentarem como mediadores. Lula também reforçou que o que aconteceu em Gaza é um genocídio e criticou a tentativa de Washington de reescrever a história do conflito.

“Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza. Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza.’ E os palestinos vão para onde, onde vão viver? Qual o país deles?”, disse Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.

“O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza”, afirmou.

A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o controle da Faixa de Gaza e deslocar forçadamente a população palestina gerou forte reação internacional. A ONU classificou o plano como “limpeza étnica”, enquanto governos europeus e árabes rejeitaram qualquer possibilidade de deportação forçada.

O secretário-geral da ONU afirmou que a iniciativa americana representa “um crime contra a humanidade” e alertou que o deslocamento compulsório da população palestina violaria o direito internacional e agravaria a instabilidade no Oriente Médio.

A Anistia Internacional reforçou a gravidade da proposta e alertou para o risco de destruição da identidade palestina.

“Remover todos os palestinos de Gaza equivale a destruí-los como povo. Gaza é o lar deles. A morte e destruição em Gaza são resultado do governo de Israel matando civis aos milhares, frequentemente com bombas dos EUA”, declarou Paul O’Brien, diretor-executivo da Anistia nos Estados Unidos.

Na Europa, os principais governos também condenaram a proposta. A França afirmou que qualquer deslocamento forçado da população palestina violaria o direito internacional e representaria um obstáculo para a solução de dois Estados. A Espanha reforçou que “Gaza é a terra dos palestinos e deve fazer parte do futuro Estado Palestino”. O governo da Irlanda classificou a iniciativa como “uma contradição às resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.

A Turquia também se posicionou contra a proposta de Trump e alertou que a ideia de deportação forçada é “inadmissível”.

“A questão da deportação em relação a Gaza é algo que nem a região nem nós aceitaríamos. Até mesmo pensar sobre isso é perda de tempo. É errado até mesmo trazer isso à discussão”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan.

A Arábia Saudita rejeitou qualquer normalização de relações com Israel sem a criação de um Estado Palestino e alertou para o impacto negativo da proposta na estabilidade regional.

“A posição da Arábia Saudita sobre o Estado Palestino é firme e inabalável. Qualquer tentativa de deslocar os palestinos de sua terra é inaceitável”, declarou o Ministério das Relações Exteriores saudita.

A proposta de Trump também foi rechaçada pela Autoridade Palestina, que alertou para um “novo Nakba” e afirmou que “os direitos legítimos do povo palestino não são negociáveis”. O Hamas classificou a ideia como “racista e absurda” e declarou que qualquer tentativa de deslocamento forçado “incendiaria a região”.

O endurecimento da retórica de Trump contra os palestinos acontece no mesmo momento em que ele amplia seu alinhamento com Israel e retoma sua política de “pressão máxima” contra o Irã, podendo provocar reações catastróficas na região.

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