EUA não deve ver novos cortes de juros até pelo menos junho de 2025, diz Avenue

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EUA não deve ver novos cortes na taxa de juros até pelo menos junho de 2025, diz Avenue. (Imagem: Kevin Lamarque/Reuters)

O Federal Reserve (Fed) dever manter os juros estáveis pelo menos até junho de 2025, afirma o coordenador de Alocação e Inteligência da Avenue, José Maria da Silva.

A projeção vai em linha com o discurso do presidente da autoridade monetária norte-americana, Jerome Powell, que, em entrevista coletiva após a decisão de quarta-feira (29), reforçou que “não tem pressa para cortar juros”.

Na primeira reunião de 2025, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por pausar o ciclo de afrouxamento monetário e realizar a manutenção da taxa de referência dos Estados Unidos (EUA). Os juros seguem no patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.

Segundo o coordenador da Avenue, em entrevista ao Money Times, o banco central do americano precisará observar mais quedas consistentes na inflação para voltar a cortar a taxa.

“A inflação, apesar de controlada, ainda apresenta volatilidade. Para que o Fed se sinta seguro para cortar juros, precisaríamos ver pelo menos três ou quatro meses consecutivos de inflação em queda consistente”, explica. Dessa forma, qualquer expectativa de redução de juros antes de junho parece improvável.

Até a reunião do sexto mês do ano, os EUA recebem cinco leituras do índice de preços (PCE). Entre eles, está o dado fechado da inflação de 2024, que sai nesta sexta-feira (31).

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Foi isso, inclusive, o que disse Powell aos jornalistas na coletiva: “queremos ver leituras seguidas que sugiram mais progresso na inflação”. No entanto, ele destacou que os diretores não devem esperar a inflação atingir a meta de 2% para voltar a cortar juros.

A comunicação do Fed desta reunião trouxe alterações sutis, mas significativas. “Eles removeram a frase que indicava progresso significativo na inflação e reforçaram que o mercado de trabalho segue forte — o que indica um posicionamento mais cauteloso”, afirma Silva.

Outro fator que influencia essa postura da autarquia é o mercado de trabalho. “Se a economia está forte, resiliente e o desemprego não é um problema iminente, o Fed não tem pressa em cortar juros”, afirma Silva.

Com isso, o coordenador da Avenue reitera que o banco central norte-americano deve manter os juros maiores por mais tempo e reforçar sua abordagem de “esperar para ver” nos próximos meses.

Onde investir com juros maiores por mais tempo?

Diante de um cenário de juros mais longos por mais tempo nos EUA, o coordenador da Avenue recomenda cautela e diversificação. “A renda fixa segue atrativa tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil”, afirma Silva.

“Nos EUA, há títulos corporativos pagando entre 5% e 8% ao ano. Para quem busca estabilidade, travar essas taxas no longo prazo pode ser uma estratégia interessante.”

A perspectiva para os mercados acionários, no entanto, é mais desafiadora. “Com juros altos por mais tempo e incertezas no cenário político, as bolsas podem continuar voláteis”, diz Silva.

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