Preservar a memória de Goiânia é preservar a nossa própria memória

No final do ano passado, fui ao centro de Goiânia e fiquei impressionado com a sua degradação. Não é preciso muito esforço para perceber que o centro de Goiânia agoniza. Os prédios históricos estão abandonados ou os que estão abertos escondem as fachadas em Art Decó com suas placas comerciais. É só procurar aqui em nossa página que você verá como era o centro nos anos 1940 e comparar como está oito décadas depois. A beleza daquelas construções que tanto chamaram a atenção dos visitantes não possuem mais o brilho de antigamente. E olha que eu nem falei da limpeza urbana ou do trânsito caótico.

Essa foto tirei em dezembro e mostra o Lord Cabeleireiros, na Rua 8, um salão histórico. Quando eu era pequeno, meu pai me levava junto com meu irmão para cortar o cabelo. O Onário era quem nos atendia. Seguíamos a máxima: “primeiro, os mais velhos”, então, o meu irmão era o primeiro a ter o cabelo cortado. Depois, o caçula aqui. Meu pai esperava sentado no sofá lendo um jornal. Essas lembranças eu guardo com tanto carinho em meu coração. Ao ver o prédio do Lord Cabeleireiros na situação degradante como mostra essa foto é de cortar o coração.

A preservação da memória de uma cidade está intimamente ligada às memórias que seus moradores construíram ao longo do tempo. Eu me recordei das vezes que ia cortar cabelo no Lord Cabeleireiros. Quantas vezes nós postamos fotos antigas de algum lugar de Goiânia e muitos de vocês comentam o que viveram nestes lugares. A História nunca está distante de nós, pelo contrário, faz parte de nossa vida. Por isso que a restauração do centro de Goiânia é fundamental para a preservação da História da nossa capital e das nossas próprias memórias.

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