Pela primeira vez, desaprovação de Lula supera aprovação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta pela primeira vez em seu terceiro mandato um cenário de desaprovação maior que aprovação de seu governo, segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 27. Enquanto 49% dos entrevistados desaprovam a gestão, 47% ainda a veem de forma positiva, configurando um empate técnico no limite da margem de erro de um ponto percentual. A queda na aprovação foi mais acentuada em áreas que tradicionalmente formam a base de sustentação de Lula, como o Nordeste.

A principal base eleitoral do presidente, o Nordeste, mostrou sinais claros de desgaste. A aprovação do governo na região, que em dezembro era de 67%, caiu sete pontos percentuais, chegando a 60% em janeiro deste ano. Enquanto isso, a taxa de desaprovação subiu de 32% para 37%. A diferença, antes marcante, entre aprovação e rejeição diminuiu de 35 para 22 pontos percentuais. Apesar disso, os nordestinos ainda mantêm índices de apoio acima da média nacional.

No Sul do país, que já apresentava resistência ao governo petista, o índice de aprovação também recuou consideravelmente. De 46% em dezembro, o percentual caiu para 39%, enquanto a desaprovação subiu de 52% para 59%. Assim, os dois extremos do país se tornaram as regiões com as maiores oscilações em relação à gestão petista.

Desafios em diferentes recortes 

Outro ponto que chama atenção é a perda de apoio entre brasileiros que ganham até dois salários mínimos, historicamente um grupo que confere ampla aprovação ao Partido dos Trabalhadores. Em dezembro, 63% desse grupo consideravam o governo favorável, contra 34% que desaprovavam. Porém, os números atuais mostram um declínio para 56% de aprovação e um aumento para 39% na desaprovação.

Por outro lado, Lula conseguiu crescer em um nicho estratégico: entre eleitores que votaram nele no segundo turno das eleições de 2022. Nessa parcela, a aprovação subiu de 77% para 81%, indicando que o núcleo de apoio direto ao presidente permanece fiel. Contudo, entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL), a rejeição saltou de 80% para 88%, enquanto a aprovação encolheu de 18% para 10%, sinalizando um isolamento crescente em relação ao eleitorado que escolheu o adversário no último pleito.

Gênero e oscilações no governo

Quando analisados os dados por gênero, o movimento de retração é uniforme, mas apresenta nuances interessantes. Entre as mulheres, o apoio ao presidente, que em julho de 2024 havia atingido um patamar de 57% a 39%, caiu para um empate técnico, com 49% aprovando e 47% desaprovando. Já entre os homens, a desaprovação supera a aprovação, com 52% contra 45%, respectivamente.

A pesquisa ouviu 4.500 pessoas presencialmente em todas as regiões do país entre os dias 23 e 26 de janeiro, logo após a chamada “crise do Pix”, em que problemas técnicos e institucionais afetaram o sistema financeiro e geraram discussões amplas sobre a gestão pública. A margem de erro é de um ponto percentual, com nível de confiança de 95%.

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