Nunes lamenta morte de idoso após enxurrada invadir casa na região do Beco do Batman e diz que área ‘é quase um vale’


No sábado (25), o prefeito tinha dito, sobre enxurrada que atingiu a região da estação Jardim São Paulo, da Linha 1-Azul do Metrô, que não havia o que fazer na área para deter a força da água. Rodolpho Tamanini Netto, artista plástico
Arquivo pessoal
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lamentou neste domingo (26) a morte do artista plástico Rodolpho Tamanini Netto, de 73 anos, na região do Beco do Batman, na Zona Oeste da capital.
“A gente sente demais. O senhor de 73 anos faleceu ali no Beco do Batman, ali é uma região que realmente é quase um vale, que concentra a água vindo de muito poucos locais”, afirmou. “A gente tem procurado fazer algumas ações ali, mas é um local difícil, muito impermeabilizado, e um carro acabou sendo arrastado e acabou levando essa pessoa. Óbvio que a gente lamenta demais.”
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Segundo ele, o que tem de “positivo” é que “não tivemos até agora, e espero que não tenha, é de [casos] de deslizamentos nas nossas encostas, da beira de córregos, porque a gente realmente investiu muito. Aumentamos o nosso efetivo para atuar nessas ações de emergência”.
No sábado (25), o prefeito também falou sobre os problemas causados pela chuva na capital paulista na sexta-feira (24). Sobre a enxurrada que atingiu a região da estação Jardim São Paulo, da Linha 1-Azul do Metrô, que tem deixado a estação fechada desde sexta (26), ele disse que não havia o que fazer na região para deter a força da água.
A estação permanece fechada neste domingo (26) e a previsão é de retorno das atividades em todo o trecho a partir de Santana apenas na segunda-feira (27). São três estações fechadas na Linha 1-Azul nesse momento (veja mais aqui).
‘É humanamente impossível conter’, diz Nunes sobre temporal que caiu em estação de SP
“Num volume de água igual aquele [na estação São Paulo do Metrô], não adianta, você vai ter problema. É humanamente impossível conter, com a quantidade de água e aquele volume, no mesmo local em um espaço curto de tempo. Ali é um vale. Tivemos situações no passado de ter essa situação, agora é trabalhar para fazer bombeamento”, afirmou Nunes (veja vídeo acima).
“A gente precisa ser muito transparente, com aquela quantidade de água, colocou um rio ali. Podia fazer o que fosse, não teria condições de evitar os danos. Infelizmente são situações do clima que tem acontecido e a gente tem que estar preparado. Agora é fazer ações, pegar o mapa de drenagem e fazer bombeamento como a gente tem o sistema no túnel do Anhangabaú. Mas sinceramente falando, com aquele volume de água, não teria nenhum mecanismo que pudesse evitar aquele tipo de transtorno”, avaliou.
Segundo o prefeito, os transtornos foram causados por um volume muito grande de água em curto espaço de tempo. Essa é uma característica, segundo Nunes, das mudanças climáticas no mundo.
“Foi um volume de chuvas enorme. Choveu ontem [sexta] o equivalente a metade do que estava previsto para chover o mês inteiro. Tivemos vários problemas, mas a resiliência da cidade demonstrou uma cidade sendo devolvida rapidamente com toda essa quantidade de chuva, demostrando que os investimentos que temos na área de drenagem, canalização de córregos e contenção de encostas tem surtido efeito”, disse.
Chuva deixa estação de metrô alagada e passageiros se agarram nas grades em SP
Carros ilhados no Jardim São Paulo, ao lado da estação Jardim São Paulo – Ayrton Senna
Arquivo Pessoal
“Lógico que tem muita coisa a fazer, mas hoje nós temos oito piscinões em andamento. Estamos licitando mais um piscinão do Rio Verde, em Itaquera. E essa obras vão fazendo frente a um novo momento do mundo, né, que são as mudanças climáticas. Volume muito grande de água em espaço curto de tempo, que é o que estamos vendo nas cidades pelo mundo. Não seria diferente aqui em São Paulo”, avaliou.
O prefeito afirmou ainda que a capital no momento da chuva tinha 2.400 funcionários de plantão para ajudar na recuperação da cidade após o temporal, com mais de 350 carros à disposição para atender a população.
“A cidade, apesar da gente ter tido problema, vocês vão convir que pontos onde houve mais de 100 milímetros de água, com transtornos, mas, pelo volume de água, até que o resultado não foi tão negativo como poderia ter sido se não tivesse sido realizado muitas obras de drenagem na cidade”, declarou.
Chuva chuva alaga metrô em SP, e passageiros se agarram em grades para não serem levados por correnteza
Arquivo Pessoal
Alagamento na Pompeia
Avenida Pompeia, Zona Oeste de SP, fica alagada durante chuva nesta sexta-feira (24)
Em entrevista coletiva no Páteo do Colégio, onde abriu os festejos do aniversário da cidade na manhã de sábado (26), o prefeito de SP destacou que a gestão dele tem agora um Plano Diretor de Drenagem, e que, a partir dele, vai haver intervenções específicas para deter os impactos das enchentes em alguns bairros.
Ele destacou a região da Avenida Pompeia, que mais uma vez encheu de água na sexta-feira (24) e causou enormes transtornos também na Rua Palestra Itália e também na Avenida Francisco Matarazzo, impedindo o tráfego de veículos durante várias horas.
“Tem algo fundamental é que a gente conseguiu concluir agora o nosso Plano Diretor de Drenagem. A cidade não tinha um plano diretor de drenagem. Hoje ele indica todas as bacias, quais são as situações atuais e quais são as medidas necessárias a serem tomadas pra poder resolver as questões de alagamentos na cidade. Então hoje a gente tem um estudo, todo feito, todo mapeado da cidade para fazer as ações necessárias. E que a gente tem feito”, contou.
Passageiros enfrentam túnel alagado na Estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna do Metrô (Linha 1-Azul), na zona norte da capital paulista, após o temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira, 24
AGATHA GAMEIRO/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
“Você pega na Avenida Pompeia ontem, a gente identificou, por exemplo, de que é necessário ampliar as galerias, porque o volume de água que está caindo, você não tem o diâmetro necessário para a captação necessária para escoar a água para o rio. São questões que a gente vai agora adequando sobre essa nova realidade de volumes muito grandes de água num espaço pequeno de tempo. É como você pegar um balde de água e jogar na pia. O que precisa fazer agora é aumentar essas áreas que a gente tá mapeando”, declarou.
Chuva histórica
A cidade de São Paulo registrou nesta sexta-feira (24) o terceiro maior volume de chuva desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1961 — foram 125,4 mm acumulados.
Os transtornos causados foram diversos. A Zona Norte foi a região mais afetada da capital, com ruas alagadas, carros levados pela enxurrada e cachoeira em escadarias do Metrô.
Homem atravessa a alagada avenida Cruzeiro do Sul, zona norte de São Paulo, após o temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira (24)
MIGUEL SCHINCARIOL/ESTADÃO CONTEÚDO
Na estação Jardim São Paulo (linha 1-Azul), em Santana, passageiros tiveram que se agarrar a grades para não serem levados pela correnteza da água que invadia o local.
Devido ao grande volume de água que entrou na estação, a linha 1-Azul opera neste domingo (26) somente no trecho entre Jabaquara e Santana.
O sistema Paese, de ônibus, foi acionado para atender os passageiros no trajeto entre Tucuruvi e Jardim São Paulo, onde as equipes do Metrô trabalham para drenar as vias e restabelecer o funcionamento de equipamentos.
Na Grande São Paulo, 34,4 mil imóveis seguiam sem energia às 11h30 desta manhã, segundo a distribuidora Enel. Desses, 27,2 mil ficam na capital.
Confira abaixo imagens do cenário enfrentado em São Paulo.
Pessoas são transportadas de bote em meio o alagamento na Av. Cruzeiro do Sul, após a forte chuva que atingiu o bairro de Santana, na zona norte de São Paulo, no final da tarde desta sexta-feira (24)
GABRIEL SILVA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Multidão de passageiros se aglomera na Estação da Luz da CPTM, na região central de São Paulo, após os transtornos causados pelo temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira, 24. A CPTM registrou interrupção da circulação de trens em trechos de diversas linhas em razão dos alagamentos provocados pela chuva
ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A forte chuva que atingiu o bairro de Santana, na zona norte de São Paulo, provocou alagamento na Av. Cruzeiro do Sul, complicando o trânsito na região no final da tarde desta sexta-feira (24)
ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Pessoas atravessam a alagada avenida Cruzeiro do Sul, zona norte de São Paulo, após o temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira (24)
MIGUEL SCHINCARIOL/ESTADÃO CONTEÚDO
Multidão de passageiros se aglomera na Estação da Luz da CPTM, na região central de São Paulo, após os transtornos causados pelo temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira, 24. A CPTM registrou interrupção da circulação de trens em trechos de diversas linhas em razão dos alagamentos provocados pela chuva
ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bombeiros utilizam bote para ajudar moradores em meio ao alagamento provocado pelo forte temporal que atingiu o bairro da Pompeia, região oeste da cidade de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (24)
MARCELO D. SANTS/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
SP – CLIMA/SÃO PAULO/TEMPORAL – GERAL – Pedestres se protegem da chuva que atinge a região central de São Paulo na tarde desta sexta-feira (24)
CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A forte chuva que atingiu o bairro de Santana, na zona norte de São Paulo, provocou alagamento na Av. Cruzeiro do Sul, complicando o trânsito na região no final da tarde desta sexta-feira (24)
ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
O temporal que atingiu a São Paulo na tarde desta sexta-feira (24) causou alagamento nos trilhos da CPTM na Estação do Brás, na região central da cidade
ALEX MIRANDA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A forte chuva que atingiu São Paulo na tarde desta sexta-feira (24) provocou uma enxurrada na rua João Ramalho, no bairro de Perdizes, região oeste da cidade
ALEX MIRANDA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Multidão de passageiros se aglomera nas plataformas da Estação da Luz da CPTM, na região central de São Paulo, após os transtornos causados pelo temporal que atingiu a cidade na tarde desta sexta-feira, 24. A CPTM registrou interrupção da circulação de trens em trechos de diversas linhas em razão dos alagamentos provocados pela chuva
ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
O temporal que atingiu a São Paulo na tarde desta sexta-feira (24) causou alagamento nos trilhos da CPTM na Estação do Brás, na região central da cidade
ALEX MIRANDA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Fusca de placa preta destruído após chuva em São Paulo
Márcio Rodrigues/g1
Alagamento em obras da futura estação Sesc-Pompeia, na Zona Oeste de SP
Leonardo Leomil/TV Globo
Ponto de alagamento na Rua da Cantareira, na altura do Mercado Municipal de São Paulo, na região central de São Paulo, após o tempotal que atingu a cidade
WILLIAN MOREIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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