Israel mata 15 pessoas no sul do Líbano enquanto moradores tentam retornar, dizem autoridades libanesas


Acordo de cessar-fogo estabelecido em novembro com a ajuda dos EUA dizia que as forças israelenses tinham 60 dias para retirar as tropas do local. Moradores seguram bandeiras do Hezbollah enquanto se reúnem em Burj al-Muluk, perto da vila de Kfar Kila, no sul do Líbano
REUTERS/Karamallah Daher
As forças israelenses mataram 15 pessoas no sul do Líbano neste domingo (26), quando o prazo para a retirada das tropas do local passou e milhares de pessoas tentaram retornar para suas casas, afirmou o Ministério da Saúde libanês.
Um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, estabelecido em novembro do ano passado com a ajuda dos Estados Unidos, dizia que as forças israelenses tinham 60 dias para retirar todos os militares que estão no sul do Líbano.
No entanto, na sexta-feira (24), Israel afirmou que manteria as tropas na região além do prazo estabelecido porque o Líbano ainda não havia cumprido totalmente os termos do acordo, que exigem que o sul do país fique livre das armas do Hezbollah e que o Exército libanês seja mobilizado.
Na manhã deste domingo (26), a televisão al-Manar do Hezbollah, transmitindo de vários locais no sul, mostrou imagens de moradores se movendo em direção às aldeias, alguns segurando a bandeira do grupo e imagens de combatentes do Hezbollah mortos na guerra.
Um porta-voz militar israelense, dirigindo-se ao povo do sul do Líbano em uma publicação no X, acusou o Hezbollah de tentar “esquentar a situação” e disse que o Exército iria “num futuro próximo” informá-los sobre os lugares para onde eles poderiam retornar.
De acordo com Israel, foram disparados “tiros de advertência para remover ameaças em várias áreas onde suspeitos foram identificados se aproximando das tropas”. Também disse que vários suspeitos “que representavam uma ameaça iminente” foram apreendidos.
Além dos 15 mortos, o Ministério a Saúde do Líbano afirmou que mais de 80 pessoas ficaram feridas em 15 áreas diferentes do sul do país, como resultado do que descreveu como ataques israelenses a cidadãos enquanto eles tentavam entrar em suas cidades ainda ocupadas.
O conflito entre Hezbollah e Israel foi travado em paralelo à guerra de Gaza e culminou em uma grande ofensiva israelense que desalojou mais de um milhão de pessoas no Líbano e deixou o grupo apoiado pelo Irã bastante enfraquecido.
O parlamentar do Hezbollah Hassan Fadlallah disse que o Líbano está comprometido com o acordo de cessar-fogo, mas que Israel se voltou contra ele com o apoio dos EUA. A Casa Branca disse na sexta-feira que uma extensão curta e temporária do cessar-fogo era urgentemente necessária.
Uma ambulância e pessoas se reúnem em uma estrada no sul do Líbano
REUTERS/Gil Eliyahu
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