Ray Dalio se junta a Howard Marks no alerta para uma possível bolha nos EUA

A pergunta sobre se o mercado dos Estados Unidos está diante de uma bolha, especialmente as empresas de tecnologia, segue pairando nas cabeças dos investidores. Depois de Howard Marks, foi a vez de Ray Dalio dar seus two cents sobre a questão.

Para o fundador da Bridgewater Associates, um dos maiores fundos de hedge do mundo, com mais de US$ 150 bilhões em ativos sob gestão, as ações das Big Techs estão caras e infladas, gerando um risco para os investidores, dado o tamanho que ganharam no mercado.

“O mercado está bastante parecido com 1998”, disse ele em entrevista ao podcast Opening Bid, do Yahoo Finance, em referência ao período da bolha da internet, quando houve um frenesi em torno de ações de tecnologia, internet e e-commerce.

Ele destacou que o mercado está muito dependente de algumas poucas ações de tecnologia. Em especial das chamadas Magníficas Sete – Meta, Apple, Amazon, Alphabet, Nvidia, Tesla e Microsoft – e que essas companhias estão muito mais caras, com o market cap delas totalizando quase US$ 18 trilhões.

“São companhias ótimas, que devem ter futuros fantásticos, de diferentes formas, não sabemos quem serão os vencedores. Mas os preços delas ficaram muito caros”, afirmou Dalio.

A situação é preocupante diante das incertezas em relação à política monetária dos Estados Unidos. Se os juros dos títulos de dez anos continuarem subindo, como Dalio espera, as ações de tech podem ser duramente atingidas.

“Se tiver um aumento dos juros quando está relativamente caro [as ações], não será nada bom [para o mercado]”, afirmou o gestor.

Dalio não é o único a traçar paralelos com o que aconteceu no começo dos anos 2000. Em memorando publicado no começo do ano, Howards Marks destacou que o momento atual se assemelha ao que ele viu há 25 anos.

Segundo o cofundador da Oaktree Capital, gestora que conta com US$ 205 bilhões em ativos sob gestão, em tempos de bolha, o mercado demonstra otimismo excessivo com novidades, gerando FOMO, fear of missing out, o “medo de ficar de fora”. Nos anos 2000, foi com as primeiras empresas ligadas à internet. Agora, é com a inteligência artificial (IA).

Marks citou ainda o fato de o valuation das empresas do S&P 500 estar acima da média e de muitas companhias estarem sendo negociadas a múltiplos maiores do que seus pares internacionais.

Ainda assim, ele destacou que o P/E do S&P 500 está “alto, mas não insano” e que as Magníficas Sete talvez mereçam ter múltiplos elevados por conta da escala, dominando seus mercados e registrando margens elevadas.

Algo que pode dizer se as ações das Magníficas Sete estão caras ou não são os balanços. Microsoft, Meta e Tesla preveem divulgar os mais recentes resultados na segunda-feira, 27 de janeiro. No dia seguinte é a vez da Apple.

A Alphabet prevê anunciar seus resultados em 4 de fevereiro, a Amazon 6 de fevereiro e a Nvidia no fim do mês que vem, 26 de março.

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