‘A gente tem um complexo de inferioridade, mas o Brasil cresceu muito nos últimos anos’, diz economista-chefe do Itaú

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Mário Mesquita afirma que o quadro de inflação alta e piora do déficit em conta-corrente não é o ideal, mas também não é novo no Brasil. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)

O Itaú Unibanco projeta que o Brasil terá um crescimento econômico de 2,2% em 2025, abaixo das projeções de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 tenha fechado com avanço de 3,4%.

Embora as expectativas para este ano sejam de um crescimento mais lento, Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, afirma que o país tem bons números econômicos.

“Na verdade, a gente tem um certo complexo de inferioridade, mas o Brasil cresceu muito nos últimos três anos, o PIB brasileiro cresceu 10%”, disse durante o Brazil Economic Forum, evento organizado pelo LIDE nesta quinta-feira (23).

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Segundo ele, o quadro de inflação alta e piora do déficit em conta-corrente – quando um país gasta mais do que arrecada em suas transações internacionais – não é o ideal, mas também não é novo no Brasil.

“A economia vinha crescendo bem e agora vai passar por um período de ajuste. É normal no ciclo que a gente tem de fiscal acelerando e a política monetária freando. É mais um ciclo normal, como a gente já teve em várias outras ocasiões”, afirma.

Apesar disso, os investidores perderam a confiança no governo e Mesquita destaca que para mudar esse sentimento de pessimismo, é preciso fazer um reforço do arcabouço fiscal, adotando um teto de crescimento de 1,5% em vez de 2,5%.

“Eu acho que esse tipo de medida de maior impacto ajudaria bastante a retomar a confiança, reduzir o prêmio de risco, permitir a moeda mais forte e reduzir a necessidade de aperto monetário”, disse ao ser questionado sobre o tema.

Sobre o futuro da Selic, o economista, que também foi diretor de Política Econômica do Banco Central, afirma que não projeta uma redução da taxa básica de juros acontecendo em 2025. Por isso, o mercado de ações deve seguir uma postura cautelosa, com desempenhos melhores para o setor de infraestrutura e exportadoras, puxadas pelo dólar alto.

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