Trump pode ter criado termômetro do próprio sucesso com lançamento de criptomoeda, diz CEO da Ripio; entenda

“Acho que esse token vai funcionar em todo mandato como uma espécie de índice de popularidade. Se as coisas vão bem, o token deve subir, mas se ele fizer alguma coisa errada, vai cair muito”, explica o CEO e cofundador da plataforma de criptomoedas Ripio, Sebastián Serrano. 

O lançamento da “memecoin oficial” do presidente Donald Trump foi considerado um sucesso para o mercado de criptomoedas. Mas a valorização de mais de 500% da OFFICIAL TRUMP ($TRUMP) desde o seu lançamento no fim de semana abriu uma brecha importante para os próximos quatro anos da gestão do republicano. 

“Acho que esse token vai funcionar em todo mandato como uma espécie de índice de popularidade. Se as coisas vão bem, o token deve subir, mas se ele fizer alguma coisa errada, vai cair muito”, explica o CEO e cofundador da Ripio, Sebastián Serrano. 

No entanto, o limite legal do lançamento de um token pelo presidente dos Estados Unidos ainda precisa ser estabelecido. Serrano explica que 20% dos tokens $TRUMP foram vendidos para o público, enquanto os 80% restantes ficaram com a empresa que a criou.

Em resumo, isso significa um lucro de cerca de US$ 20 bilhões para Trump.

Como resultado, subiram as apostas de que Trump proponha uma regulação mais clara sobre o mercado de criptomoedas.

Entretanto, essa regulamentação não serviria apenas para que os EUA tenham um marco legal sobre o setor de ativos digitais, como acontece no Brasil, mas também para proteger o próprio presidente de eventuais questionamentos envolvendo o $TRUMP.

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Trump pode usar sua moeda de maneira eleitoral?

Hoje, o $TRUMP é apenas uma memecoin — isto é, não tem função séria alguma a não ser atuar como uma piada no meio digital. 

Porém, o CEO da Ripio pondera que o protocolo pode ganhar utilidade ao longo do governo Trump, ainda que essa não tenha sido a ideia inicial do projeto. 

“Você pensa: como eu dou utilidade para essa memecoin? Para frequentar alguns espaços com o presidente, você vai precisar ter o token. Você quer que analisemos um projeto de lei? Tem que queimar uma certa quantidade do token, e por aí vai”, diz Serrano.

Por isso, a regulação desse mercado deve ser ainda mais debatida em 2025. 

As compras de criptomoedas dos países

Entre as propostas de Trump que aumentaram o otimismo do mercado está a criação de uma reserva estratégica de bitcoin (BTC). 

Ainda que o próprio presidente não tenha falado sobre o montante total desta reserva, Cyntia Lummis, senadora republicana e voz favorável ao mercado de criptomoedas, chegou a cogitar que as compras de bitcoin deveriam ser feitas até que os EUA tenham um estoque de um milhão de BTCs — ou o equivalente a US$ 10,3 trilhões, nas cotações atuais.

Atualmente, os EUA já tem 216 mil unidades de BTC (US$ 22,248 bilhões) em caixa, a maioria adquirida em operações de busca e apreensão envolvendo crimes virtuais com a criptomoeda.

“Se isso se concretizar, vai gerar ainda mais escassez de bitcoin”, diz Serrano. “A Arábia Saudita já está comprando bitcoin e existem hoje vários indicativos de que o BTC fará parte das reservas dos Bancos Centrais”. 

Os países que hoje possuem as maiores reservas em BTC, depois dos EUA, são China, Reino Unido e El Salvador. Enquanto os dois primeiros também obtiveram a criptomoeda por meio de operações policiais, o último tornou o ativo uma de suas moedas oficiais, em setembro de 2021.