Reforma administrativa poderia gerar R$ 250 bilhões ao ano e evitar crise fiscal, defende Meirelles



O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou em entrevista ao Money Minds, programa do Money Times no Youtube, que o governo precisa adotar cortes mais substanciais nas despesas e avançar em uma reforma administrativa para garantir a sustentabilidade da dívida e o crescimento econômico do Brasil nos próximos.

Meirelles destacou que a implementação de ajustes estruturais, porém, enfrenta desafios políticos significativos, uma vez que mudanças profundas na administração pública costumam gerar resistência de grupos com interesses consolidados, como servidores públicos e setores da indústria que dependem de incentivos fiscais.

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Segundo ele, uma reforma administrativa ampla poderia trazer benefícios expressivos para as contas públicas e cita como exemplo a sua experiência como Secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, entre 2019 e 2022, durante a gestão do então governador João Doria e, posteriormente, de Rodrigo Garcia.

Nesse período, Meirelles liderou a implementação de uma reforma administrativa e fiscal, que incluiu cortes de despesas, revisão de benefícios fiscais e medidas para equilibrar as contas públicas, o que resultou, segundo relatório do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, um superávit orçamentário de R$ 34,42 bilhões em 2022. Segundo ele, essas ações resultaram um saldo de orçamento e de caixa em São Paulo de R$ 53 bilhões. 

“Considerando que a economia seria em todo o orçamento da União que é proporcionalmente maior ainda do que a proporção entre o PIB de São Paulo e do Brasil, a despesa, o orçamento público federal, é maior ainda do que essa proporção dos PIBs federais de São Paulo. Portanto, esses R$ 53 bilhões poderiam gerar resultados elevados de R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões por ano”, avaliou o ministro durante a entrevista.

Em relação a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Meirelles afirma que o presidente está mais focado em cumprir promessas de campanha e em políticas sociais voltadas à população de baixa renda e aos trabalhadores em situação precária. No entanto, essa postura pode ter consequências econômicas relevantes, especialmente na confiança dos investidores, que já demonstram preocupação com a saída de capitais do país.

Para Meirelles, há um limite para o aumento de gastos sociais sem comprometer a sustentabilidade fiscal. Ele destaca que, até o momento, o presidente parece enxergar a pressão do mercado como uma tentativa de frear políticas sociais, e não como uma preocupação legítima com o equilíbrio das contas públicas. O ex-ministro reforça que a melhor forma de combate à desigualdade é a geração de empregos sustentáveis, algo que depende diretamente da solidez fiscal do país.

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“Agora as preocupações em relação à dívida pública evidentemente são a dos analistas que estão olhando para frente e a dos investidores em geral principalmente os investidores internacionais. Vamos aguardar até que ponto o presidente vendo toda essa saída de capitais, ele possa entender também que tem limites na ação social direta”, pondera.

Atuação do Banco Central

Durante a entrevista, Meirelles ressaltou que o Banco Central tem um papel fundamental na manutenção da estabilidade financeira do país, especialmente em um cenário de incerteza fiscal e desconfiança dos investidores.

O ministro apontou que, atualmente, o BC enfrenta desafios significativos, especialmente na gestão da política monetária diante das pressões do governo por juros mais baixos. Segundo ele, a independência da instituição é fundamental para garantir credibilidade e previsibilidade ao mercado, mas acredita que isso não será um problema principalmente para a próxima gestão.

Meirelles relembra que atuou como presidente do BC durante os dois mandatos de Lula e que teve total liberdade, mesmo com a independência da autarquia ainda não regulamentada, em ajustar os juros a sua maneira.

“Eu levei a taxa de juros, a Selic, a 26%. Foi um choque na época. Foi interessante porque um ministro importante do governo declarou que era um absurdo, que o presidente Lula iria me dar uma ordem para baixar a taxa de juros, ou então eu seria demitido e fiquei oito anos”, conta.

Desde 1º de janeiro, Gabriel Galípolo, indicado de Lula, assumiu a presidência do Banco Central e permanecerá nela por mais quatro anos. Para Meirelles o perfil técnico do novo chefe da autarquia afasta as desconfianças do mercado, ao mesmo tempo em que é próximo o suficiente do governo, o que evita ruídos.

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