Prefeitura de Goiânia cria gabinete de crise para enfrentar chuvas intensas

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), anunciou a criação de um gabinete de crise em conjunto com o governo estadual para enfrentar os impactos das fortes chuvas que atingem a região. A medida busca coordenar ações preventivas e emergenciais, minimizando riscos à população.

“Estamos assinando um decreto para formar este gabinete de crise junto com o Estado. Envolvemos o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Guarda Civil Metropolitana (GCM), a Polícia Militar e a Secretaria de Saúde. A ideia é agir rapidamente quando identificarmos chuvas intensas, antecipando os problemas e protegendo vidas”, explicou o prefeito.

Mabel detalhou o funcionamento do gabinete, que será centralizado na sede da Defesa Civil do Estado, localizada no Estádio Serra Dourada. Segundo ele, uma das principais estratégias é o uso de pluviômetros para monitorar as chuvas.

“Estamos pedindo a instalação de mais equipamentos para medir a intensidade das precipitações. Isso nos permitirá agir com mais precisão, fechando vias como a Marginal Botafogo ou túneis, quando necessário”, afirmou.

Marginal Botafogo e soluções estruturais

Questionado sobre os frequentes problemas na Marginal Botafogo, Mabel reconheceu que soluções estruturais são necessárias. “Precisamos construir piscinões e sistemas modernos de drenagem que absorvam a água, em vez de apenas empurrá-la para frente. Sabemos que é uma obra de alto custo e que causa transtornos, mas é imprescindível para resolver problemas crônicos”, declarou.

O prefeito também destacou a necessidade de manutenção dos córregos e bueiros da cidade. “Estamos mapeando pontos críticos para realizar limpezas durante o período de seca. A sujeira acumulada bloqueia a drenagem e agrava os alagamentos”, disse.

Sobre os estragos causados pelas chuvas na malha viária, o prefeito assegurou que o programa de tapa-buracos está em andamento e que um plano de recapeamento será lançado em maio. “Estamos intensificando as operações de tapa-buracos, mas sabemos que algumas vias necessitam de uma recuperação mais ampla. Durante as obras, também vamos reavaliar a drenagem das áreas mais afetadas”, explicou.

Na capital, os pontos mais preocupantes identificados pelo Corpo de Bombeiros incluem a Marginal Botafogo, a região do Parque Cascavel, a Colônia Santa Marta e o Parque Amazônia. Essas áreas enfrentam alagamentos recorrentes devido à baixa capacidade de escoamento.

“Com o solo encharcado do jeito que está, chuvas menores, de 30 ou 40 minutos, já podem provocar enchentes”, afirmou o coronel Washington Luiz Vaz Júnior, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

Foto: Alex Malheiros

Apelo

O comandante também fez um apelo para que os moradores adotem medidas de segurança durante os temporais. “Iniciou um processo de chuva, fique em casa. Se estiver dirigindo e a água ultrapassar a altura da calçada, não tente atravessar. Muitos acidentes fatais ocorrem porque as pessoas subestimam a força da água.”

Ele ainda reforçou a necessidade de atenção em casos de alagamento: “Se o carro ficar preso, suba no teto e aguarde o resgate. Nunca tente empurrar veículos ou atravessar enxurradas, pois há riscos como bueiros sem tampa e buracos ocultos sob a água.”

O coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil, Robledo Mendonça, explicou que o objetivo principal do Gabinete é definir os atores envolvidos, as ações necessárias e os tempos de resposta, priorizando salvar vidas.

“Tempo de resposta salva vidas. Ontem tivemos uma ação muito importante na Marginal Botafogo. A Defesa Civil chegou a tempo, acionou viaturas da GCM, desviou o trânsito e resguardou vidas”, detalhou.

Robledo informou que a Defesa Civil já mapeou 126 pontos de alagamento na cidade e que o número pode ultrapassar 130 até o final da temporada de chuvas, em abril. “Esses pontos são locais de risco para pessoas, veículos e motociclistas. Nosso trabalho é identificar e atuar nesses locais para minimizar os impactos.”

A Defesa Civil disponibiliza o número 153 para informações em tempo real sobre o nível do canal e outras orientações. “Estamos à disposição 24 horas por dia, monitorando as condições e prontos para ajudar a população”, reforçou o coordenador.

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