Dólar engata mais um dia de perdas e fecha a R$ 6,02

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O dólar à vista perdeu força ante o real após dado de inflação nos EUA elevar apostas de que o Fed pode cortar mais os juros em 2025 (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) engatou mais uma sessão de recuo ante o real, puxada por novos dados de inflação nos Estados Unidos.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0252 (-0,35%).

O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, encerrou as negociações com recuo de 0,18%, aos 109,092 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O enfraquecimento do dólar foi impulsionado por novos dados de inflação nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou dentro do esperado pelo mercado e aumentou as apostas de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em dezembro e fechou 2024 a 2,9%. Já o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, recuou para 0,2% no mês passado e para 3,2% no ano.

Embora o CPI não seja o índice inflacionário preferido do Fed, o índice ajuda o mercado a calibrar suas apostas para a trajetória dos juros norte-americanos.

Após o dado, o mercado passou a ver mais chance do Banco Central dos EUA reduzir os juros em 50 pontos-base até dezembro deste ano.

Os traders agora veem 30,5% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,75% a 4,00% neste ano, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Antes do CPI, a aposta de redução era de 25,5%. Atualmente, os juros estão entre 4,25% a 4,50%.

Para este mês, as apostas majoritárias são de manutenção dos juros. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed se reúne entre os dias 28 e 29 — com a divulgação da decisão e entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell.

No cenário doméstico, a reação foi sentida na curva de juros — principalmente nos títulos de vencimento de longo prazo. No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 13,97%, ante o ajuste de 13,99% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,81%, com baixa de 9 pontos-base ante o ajuste de 14,901%.

Em segundo plano, os investidores reagiram a dados econômicos locais. Entre eles, o volume de serviços teve queda de 0,9% em novembro ante o mês anterior. O resultado foi pior  que a expectativa dos analistas consultados pela Reuters, de recuo de 0,3%.

Além disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que as contas do governo central ficaram dentro da banda de tolerância da meta fiscal em 2024, próximas do centro do alvo.

A meta de resultado primário para 2024 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a cerca de 29 bilhões de reais.

O mercado ainda monitorou uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

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