‘Bolsa brasileira está barata e pode ficar mais’, diz Felipe Miranda; 2025 é o ano para comprar ações?

bolsa de valores ações

(Imagem: Money Times/Giovanna Melo)

O estrategista-chefe e fundador da Empiricus, Felipe Miranda, disse no painel Macro do evento “Onde Investir em 2025”, do Seu Dinheiro, que a bolsa de valores brasileira está barata e pode ficar ainda mais.

Segundo ele, a sequência de três anos sem abertura de capital (IPO), a alocação de fundos de pensão em bolsa nas mínimas, o número elevado de recompras de ações e a métrica preço/lucro da bolsa e do Índice Small Cap (SMLL B3) abaixo das médias históricas são evidências desse cenário.

Vale destacar que, em 2024, o Ibovespa (IBOV) desvalorizou cerca de 10% e o Índice Small Cap recuou 25%.

Miranda destacou ainda que, apesar da bolsa barata, as companhias listadas estão “razoavelmente bem”, seja pela métrica de retorno sobre o patrimônio ou pela alavancagem. “Me parece ok a história micro das companhias, tanto o preço quanto a situação específica”, afirmou.

No entanto, o “grande problema” é a orientação do governo para este ano. “Se gastar mais, as coisas vão de fato ficar piora antes de melhorar”, disse.

Para 2025, o estrategista-chefe da Empiricus traçou dois cenários:

  1. 2025 será um ano bom de bolsa; ou
  2. 2025 não será bom, mas 2026 será espetacular.

Ele destacou que, se o governo brasileiro ajustar a trajetória fiscal e Donald Trump mantiver uma postura mais moderada, a bolsa brasileira pode se valorizar. “Pode ficar um pouquinho mais bem precificada. Parece difícil hoje, mas é justamente por isso que pode ser bom, porque está muito barato”, disse.

Por outro lado, se o governo não tomar medidas para corrigir a situação fiscal, Lula corre risco de perder a reeleição, o que prepara o terreno para uma eventual mudança política em 2026. O mercado, por sua vez, tende antecipar a reação, apostando em um novo ciclo reformista que pode durar até 2030.

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“Você tem uma deterioração da inflação, que vai bater no índice de miséria, na confiança do consumidor e na popularidade do presidente. Ele vai perder a eleição”, afirmou.

Ou seja, embora o cenário seja ainda desafiador, o estrategista-chefe vê potencial para um ciclo de crescimento nos anos seguintes, tornando 2026 um ano promissor para o mercado e a economia.

“Minha principal recomendação é: evite destress, alavancagem e histerese. Tenha sua posição em dólar e no pós-fixado, mas não abandone sua posição de bolsa, porque alguma coisa pode acontecer em algum momento no final do ano”.

O CEO da Bradesco Asset Management e ex-Secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, por outro lado, não acredita que 2025 será um ano espetacular para a bolsa. “É um ano difícil, de juro alto e provavelmente economia desacelerando. Os lucro tendem a piorar, apesar de que os balanços estão bons”, disse.

Funchal vê oportunidades e desafios para o ano. Ele aponta que as melhores oportunidades são as empresas de valor, que apresentam boa performance e mantêm baixos níveis de alavancagem. Essas companhias, consideradas mais resilientes, são vistas como atrativas, especialmente por estarem subvalorizadas, o que abre espaço para ganhos significativos.

Por outro lado, o CEO da Bradesco Asset Management alerta que empresas alavancadas devem enfrentar dificuldades maiores. O alto endividamento reduz o apelo para investidores.

“Minha dica é olhar para as empresas de valor que são pouco alavancadas e cuidado com as empresas mais alavancadas”, disse.

Onde investir em 2025?

O estrategista-chefe da Empiricus destacou no evento que é importante se posicionar em ativos pós-fixados na renda fixa. Em contrapartida, investimentos em títulos pré-fixados são vistos como menos atrativos diante de um cenário de alta inesperada na inflação.

Além disso, Miranda recomenda diversificar portfólios com investimentos internacionais, com destaque para o mercado de ações nos Estados Unidos. Apesar de não ser considerado barato, o mercado continua atraente devido ao desempenho consistente e ao “excepcionalismo americano”.

Outras indicações incluem uma alocação modesta em ouro, como proteção contra riscos geopolíticos, e em criptomoedas, aproveitando o movimento de desregulamentação impulsionado por Trump.

No mercado brasileiro, a recomendação é priorizar ações de empresas sólidas e com baixa alavancagem, evitando companhias em situação financeira estressada. Entre os destaques estão os “generais” do mercado nacional — como O Itaú (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e empresas do setor elétrico –, que oferecem maior segurança e potencial de retorno aos investidores.

O CEO da Bradesco Asset Management também recomenda investir nos ativos de renda fixa pós-fixada, com parte da carteira protegida contra a inflação, e nas bolsas e em títulos (bonds) dos EUA.

Funchal destaca que, entre os mercados internacionais, os EUA têm se destacado como uma possível oportunidade para 2025, uma vez que os processos de desregulamentação ampliam o ambiente de negócios.

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