A tríade do envelhecimento saudável é, na verdade, um quarteto

Por Guilherme Hinrichsen

Os jovens pensam muito sobre a carreira que querem seguir, mas e sobre o padrão de vida que querem manter no futuro, isso é discutido ou planejado durante a formação profissional?

O envelhecimento da população brasileira e o aumento da expectativa de vida são dois fenômenos inegáveis e crescentes no Brasil, como mostram os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o Censo Demográfico divulgado em outubro de 2023, a expectativa de vida do brasileiro alcançou, em média, 75,5 anos. O levantamento mostra também que há 32 milhões de pessoas no país com mais de 60 anos – quase 16% da população. Já quando analisamos as projeções para 2050, a estimativa é que essa parcela supere os 30%, ou seja, um a cada três brasileiros.

Esses números refletem melhorias nas condições de saúde, evolução da ciência, da medicina e um avanço geral da qualidade de vida. Mas também é fato que a longevidade ainda implica em angústias. Nós ainda tememos mais o envelhecimento do que a morte – uma pesquisa encomendada pela Pfizer, há alguns anos, indicou que 90% da população brasileira tinha muito medo das consequências do envelhecer.

O canadense Peter Attia, no livro “Outlive: A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor”, reforça um dos segredos para afugentar este insistente medo: a prevenção. Attia diz que os avanços históricos no saneamento básico, o desenvolvimento dos antibióticos e das vacinas garantiram uma maior sobrevida à população. No entanto, isso ainda não significa, necessariamente mais qualidade de vida aos anos derradeiros.

O motivo é que a medicina atual estaria focada em amenizar o mal causado pelas doenças, quando deveria estar centrada na prevenção delas. Uma das defesas de Attia em seu livro é que essas incertezas para um futuro longevo podem ser remediadas com planejamento.

Longevidade financeira

Também muito se discute sobre a importância de elevar este debate sobre prevenção para a questão da saúde financeira – atributo essencial para o bem viver. Não podemos esquecer que a tríade do envelhecimento saudável (atividade física regular, alimentação equilibrada, saúde mental/bem-estar emocional), que tem sido muito debatida na atualidade, é na verdade um quarteto que inclui também a saúde financeira.

Assim como é necessário iniciar a prevenção de doenças ainda na juventude, é preciso também que o planejamento financeiro seja posto em prática desde os primeiros anos de vida. E isso vai muito além das defesas e orientações básicas que já conhecemos, como garantir uma boa reserva de emergência e a diversificação dos investimentos.

Ser previdente, quando falamos da vida financeira, envolve pensar também nos imprevistos e nas voltas que a vida dá. A acumulação, por si só, não é uma garantia de tranquilidade integral no futuro. É preciso aderir a ferramentas e mecanismos que ajudem a proteger a renda e a manter o padrão de vida em momentos adversos ou inesperados – como o seguro de vida e a previdência privada.

Em resumo, assim como fazemos o nosso check-up anual de saúde, precisamos incluir exames para avaliar o diagnóstico da nossa saúde financeira, os possíveis percalços e as correções de rota. O prognóstico pode até variar entre uma pessoa ou outra, mas a receita mudará pouco: ganhar mais, gastar bem, poupar certo, investir e proteger o capital. Com isso feito, o resto é ajustar a dose.

Guilherme Hinrichsen é Vice-Presidente Comercial da regional São Paulo da Icatu Seguros

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