Líder do governo Lula diz que Venezuela é ditadura e posse de Maduro é ‘ilegítima’

Líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AC) criticou a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato como presidente da Venezuela. Segundo Randolfe, o país é uma ditadura e a cerimônia de posse é “ilegítima e farsante”.

O senador fez referência às evidências de que Maduro perdeu a eleição para o oposicionista Edmundo González Urrutia. A cerimônia de posse ocorreu nesta sexta-feira, em meio a protestos no país. O presidente Lula não viajou para a Venezuela, mas o Brasil enviou a embaixadora em Caracas, Glivânia Oliveira.

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“O governo venezuelano é uma Ditadura e a posse do senhor Nicolás Maduro é ilegítima e farsante. Um regime que desrespeita Direitos Humanos, desrespeita alternância de poder e não respeita a soberania da vontade popular, é um regime autoritário”, escreveu Randolfe na rede social X. “É dever de todo democrata, esteja onde estiver, condenar qualquer Ditadura, seja de direita, seja de esquerda”, completou.

O envio da diplomata à cerimônia de Maduro gerou críticas de oposicionistas, como os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), e Ronaldo Caiado (Goiás), e de aliados de Lula, como o paraense Helder Barbalho (MDB).

Apesar das críticas, integrantes do PT e do MST foram até a Venezuela. Em Caracas desde o início da semana, os integrantes das delegações participaram do evento “Festival Mundial Internacional Antifascista”, organizado pelo Foro de São Paulo.

O presidente da Bolívia parabenizou Maduro apesar das denúncias de fraude eleitoral. Luis Arce é um aliado político de Maduro, assim como o ex-presidente e ex-líder do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) Evo Morales.

“Desde a Bolívia, fazemos chegar nosso abraço e os parabéns ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, a quem desejamos sucesso para o novo período de governo que ele assume hoje”, escreveu Arce em suas redes sociais.

Ele também disse que Bolívia e Venezuela estão unidas pela “história, pelas façanhas do Libertador Simón Bolívar, pela “presença” do falecido presidente Hugo Chávez, pela “luta pela unidade da Pátria Grande e pelo desejo de construir pátrias soberanas, um continente com dignidade para todos”.

“Viva a unidade da América Latina e do Caribe, viva o povo venezuelano”, concluiu.

Já o governo do Chile criticou a posse de Maduro como presidente da Venezuela por “carecer de toda legitimidade democrática” e condenou “o aumento da repressão e da perseguição política” no país.

Em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo chileno afirmou que “o povo venezuelano tem o direito de decidir seu próprio destino” e classificou as eleições de 28 de julho de 2024 como “fraudulentas” e sem “os padrões mínimos de transparência e integridade”.

Como fez em várias ocasiões desde o início da crise venezuelana, o governo do presidente chileno, Gabriel Boric, “exigiu total respeito” aos direitos humanos e “a restauração” da ordem democrática e das liberdades fundamentais.

Boric, que tem mantido uma postura altamente crítica contra Maduro e denunciou abertamente a “fraude” eleitoral na Venezuela, já chamou o governo do país sul-americano de “ditadura” em agosto de 2024, o que abriu uma crise interna em sua coalizão de governo com o Partido Comunista.

(Com Agência O Globo e Efe)

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