“El Niño causou ondas de calor que resultaram em temperaturas recorde em Goiás” afirma meteorologista

Em 2024, duas cidades de Goiás registraram temperaturas recorde que ficaram entre as 10 maiores do Brasil. Cidade de Goiás teve a temperatura mais alta do país em 2024, marcando 44,5ºC no dia 6 de outubro. Já Aragarças ocupou a 4ª posição do ranking, com os termômetros marcando 43,3ºC no dia 3 do mesmo mês.

De acordo com o meteorologista André Amorim, as altas temperaturas foram causadas pela fenômeno El Niño, que impactou o clima em 2023 e 2024, causando irregularidades nas chuvas. “O fenômeno contribuiu para essas ondas de calor no Brasil em uma intensidade maior. As reduções das chuvas causadas por ele, por exemplo, causaram redução do nível dos rios. Por isso tivemos esses picos de calor que tiveram impacto no cotidiano das pessoas”, explicou.

Em Goiânia, por exemplo, existiram “ilhas de calor”, sendo necessário criar medidas preventivas. “Em cidades é muito importante se ter parques para minimizar um pouco desses efeitos. Áreas de produção ambiental ajudam a preservar a água e amenizar o calor. Então existem estratégias que ajudam a mitigar os efeitos do calor extremo”, afirmou.

“No futuro, a população deverá se preocupar com eventos climáticos mais intensos, com ondas de calor mais prolongadas, secas e severas. Esses problemas podem continuar acontecendo e temos que pensar em mitigação”, completou.

Clima

No Brasil como um todo, 2024 foi um ano de clima instável. Ao mesmo tempo quem regiões tiveram longas e severas secas, outras sofreram com chuvas extremas. A exemplo, o Rio Grande do Sul sofreu com uma das maiores enchentes de sua história. As enxurradas e deslizamentos causaram ao menos 183 mortes e afetou mais de 2,3 milhões de pessoas. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a economia do país tenha perdido R$ 97 bilhões com as chuvas.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o acumulado mensal de chuvas excepcionais registradas no Brasil no ano passado são de 4 a 6 vezes maiores que os valores esperados para os períodos considerados em algumas regiões.

Segundo o Cemaden, mais da metade do Brasil foi impactada pela crise climática. Amazônia, Cerrado e Pantanal passaram pela maior seca dos últimos 70 anos. Entre janeiro e setembro, cerca de 1.200 municípios enfrentaram condições de seca severa, enquanto 263 estavam em situação de seca extrema, grau superior na escala de gravidade.

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