PF enviará ao STF relatório aditivo com mais suspeitos no inquérito do golpe

Em entrevista ao O Globo, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, revelou que a corporação enviará, em breve, ao Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório complementar com lista de mais suspeitos envolvidos na tentativa de golpe de estado.

O documento deverá ser incorporado ao inquérito de 800 páginas enviados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nele, que já está sendo analisado pelos promotores, a PF indiciou Bolsonaro e mais 39 pessoas envolvidas na tentativa de golpe de Estado.

O relatório adicional deve conter lista de suspeitos que exerceram papel secundário na organização criminosa que tramava o golpe. Fontes revelaram ao G1 que eles conseguiram permanecer ocultos até agora por causa dos métodos de proteção de identidade que o grupo costumava usar.

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Também estarão no documento análise dos materiais apreendidos na Operação Contragolpe, que resultou na prisão de Braga Netto.

Apontado como um dos principais articuladores da tentativa de golpe, o general da reserva e candidato a vice na chapa de Bolsonaro foi preso por obstruir as investigações. Ele tentou obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A expectativa é que o relatório complementar também revele informações sobre os financiadores da tentativa de golpe.

Na delegação, Cid se referiu ao “pessoal do agro” como os donos do dinheiro entregue por Braga Neto para financeira um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckimin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Há expectativa das pessoas de que houvesse um ou alguns grandes financiadores, mas a investigação é clara ao apontar que houve várias pessoas, algumas já presas e condenadas. Um cedeu um ônibus, outro cedeu água, outro cedeu comida… Existe essa pulverização. E agora há esse fato trazido pelo depoimento (de Cid). Vai ser apurado exatamente de onde saiu esse valor. Mas são detalhes que não interferem no seio da investigação, que apontou cabalmente a tentativa de golpe”, disse o delegado.

De acordo com ele, ainda há questões abertas e em apurações em razão da Operação Contragolpe que foi realizada em novembro.

“A partir das apreensões realizadas nessa fase, de depoimentos coletados, dos que ainda serão tomados e de outros fatores que estão sendo apurados, vamos finalizar um relatório complementar que também vai servir de base para a Procuradoria-Geral da República fazer a análise”, disse o diretor-geral da PF.

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