Maduro toma posse e eleições em 3 países definem rumos na América Latina

A posse do presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro, marcada para esta sexta (10), promete ser o ponto de partida de um ano politicamente intenso na América Latina. Além das tensões em Caracas, eleições decisivas acontecerão em pelo menos três outros países da região, consolidando ou desafiando o equilíbrio de forças entre governos de esquerda e a ascensão de líderes de extrema direita e neoliberais. 

O cenário latino-americano será ainda influenciado pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o que pode gerar efeitos diretos sobre migração, tarifas e relações comerciais.

A posse de Nicolás Maduro será acompanhada de perto por todo o continente e outros países do globo. Embora o processo eleitoral tenha sido reconhecido pela Justiça Eleitoral venezuelana, a oposição liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia tenta minar o resultado. 

Antes exilado na Espanha, González já anunciou que voltará ao país para se autoproclamar presidente, ecoando tentativas de desestabilização anteriores vistas na Venezuela.  O anúncio foi feito em Buenos Aires, no último sábado (4), em visita ao líder da extrema direita da Argentina, o presidente Javier Milei.

Equador

A movimentação na Venezuela ocorre em um cenário onde outros países latino-americanos também enfrentarão momentos decisivos em suas democracias. No Equador, as eleições ocorrerão com o primeiro turno no dia 9 de fevereiro e, caso necessário, o segundo turno no dia 13 de abril, e devem medir a força de Luisa González, favorita nas pesquisas, contra o atual presidente Daniel Noboa, que conta com o apoio da mídia e do aparato estatal. 

O Equador atravessa uma grave crise na segurança pública do país.Considerado um dos países mais seguros da América Latina em 2017, o país andino viu sua taxa de homicídio crescer 700% desde a ascensão da direita.

A recente escalada da violência está diretamente ligada ao tensionamento inconsequente do atual governo Noboa, que, mesmo sem o orçamento necessário, prometeu desmantelar grupos criminosos, mas também com o desmonte de políticas públicas por parte dos governos anteriores, de Lenin Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (2021-2023).

No Equador, a luta política será entre Luisa González, aliada de Rafael Correa, e o atual presidente Noboa, bilionário que se alçou como um novo Nayib Bukele.

Bolívia

Em agosto, é a vez dos eleitores irem às urnas para eleger o presidente da Bolívia, assim como o Poder Legislativo do país. A votação foi marcada para o dia 17 de agosto de 2025. Caso haja segundo turno, a votação será no dia 19 de outubro.

O cenário político boliviano segue convulsionado por uma disputa entre o atual mandatário do país, Luis Arce, e o ex-presidente Evo Morales, que disputam o controle do partido governista MAS [Movimento ao Socialismo].

Chile

O Chile também vai às urnas em novembro. O primeiro turno será no dia 16 de novembro. Caso nenhum candidato vença de primeira, será realizado um segundo turno em 14 de dezembro.

O atual presidente Gabriel Boric, de centro-esquerda, não pode se candidatar a uma reeleição e ainda não foi definido quem ele apoiará. Enquanto isso, o nome da ex-presidente Michele Bachelet tem sido citado nos debates para a eleição presidencial de 2025.

O segundo colocado nas eleições chilenas de 2021, o político de extrema-direita José Antonio Kast, defensor da ditadura de Pinochet, é apontado como um forte candidato à cadeira presidencial.

Posse de Trump 

Outro elemento que promete moldar o ano é a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, marcada para 20 de janeiro. Trump já sinalizou que intensificará políticas anti-migratórias e que poderá impor maiores tarifas sobre produtos do México e Canadá, o que causaria efeitos colaterais nas economias latino-americanas. 

Especialistas alertam que as medidas podem resultar em maior pressão sobre governos locais e aumentar as tensões comerciais na região.

Além do contexto político, a economia latino-americana inicia o ano com desafios expressivos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 2,5% para a região, mas a desaceleração chinesa e a persistência de altas taxas de juros em países como Brasil e México podem frear o desenvolvimento. A inflação, embora em queda, continua sendo uma preocupação significativa para as populações locais.

Outro ponto de destaque em 2025 será o papel do Mercosul na integração regional e no comércio internacional. As eleições na Bolívia e no Chile poderão redefinir as dinâmicas internas do bloco, enquanto o Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, buscará fortalecer o papel do Mercosul como mediador de crises regionais e promotor de desenvolvimento econômico. A ratificação de acordos comerciais e a ampliação do bloco estarão em debate ao longo do ano.

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