JBS busca US$ 1,75 bilhão no exterior para pagar dívidas de curto prazo

A nova fase dos frigoríficos brasileiros – com lucros e receitas recordes -, tem pavimentado uma avenida de novas captações. É por ela que o maior grupo do setor, a JBS, circula agora em busca de levantar US$ 1,75 bilhão com a emissão de títulos de dívida nos EUA, os chamados bonds.

A companhia da família Batista anunciou nesta segunda-feira, 6 de janeiro, a precificação dessa emissão de duas séries de notas seniores, por meio de suas subsidiárias JBS USA Food Company e JBS USA Foods Group Holdings.

A primeira contempla US$ 1 bilhão, com vencimento em 2035 com um yield de remuneração de 5,97% ao ano mais um cupom (pagamento periódico de juros) de 5,95% também ao ano. Já a segunda série, com vencimento em 2055, contempla um yield de 6,48% ao ano mais um cupom de 6,37% ao ano.

A conclusão da oferta está programada para 21 de janeiro de 2025 e os recursos captados pela JBS serão destinados ao pagamento de dívidas de curto prazo e “outros fins corporativos”, segundo o comunicado assinado pelo CFO global e diretor de relação com investidores da empresa, Guilherme Cavalcanti.

Ao final do terceiro trimestre de 2024, a dívida bruta da JBS estava em US$ 18,9 bilhões, sendo que desse total, US$ 1,8 bilhão, 10% do total, eram listadas como de “curto prazo”.

Em relatório, a Fitch Ratings atribuiu uma nota BBB- para a emissão, a enquadrando em uma qualidade média a boa em termos de segurança de crédito.

A Fitch ainda destacou que a JBS tem demonstrado disciplina financeira, com foco na redução da dívida líquida e na manutenção de uma posição de caixa robusta.

A agência também observa que a diversificação geográfica e de produtos da JBS contribui para a resiliência de seu fluxo de caixa operacional.

“As classificações da JBS refletem seu forte perfil de negócios, amortização de dívida favorável, fluxo de caixa livre positivo esperado e redução gradual da alavancagem nos próximos dois anos”, afirmou a Fitch.

A agência projeta uma redução na alavancagem líquida da JBS, ficando perto de 2,1 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda até o final de 2025. Ao final do terceiro trimestre, o indicador estava em 2,15 vezes em dólar.

Nos últimos anos, a JBS tem reforçado sua presença com investidores nos EUA, de olho em uma possível listagem de suas ações lá fora.

A JBS havia captado, em setembro de 2023, US$ 2,5 bilhões no exterior. Segundo fontes do mercado financeiro ouvidas na época pelo AgFeed, a demanda dos investidores pelos títulos da JBS ficou próxima dos US$ 8 bilhões – ou seja, a empresa poderia ter captado ainda mais recursos, se quisesse.