O que as instituições financeiras projetam para a economia em 2025?

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(Foto: iStock – Shutthiphong Chandaeng)

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou os resultados da primeira Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada com 19 bancos entre os dias 17 e 20 de dezembro. De acordo com as instituições financeiras participantes, o crédito deve ter um ano com menor crescimento, se comparado a 2024.

“Começamos o ano com as expectativas de crédito recalibradas diante do cenário macroeconômico mais desafiador que se desenha, com maior aperto monetário para conter a inflação e seu reflexo direto na atividade”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban.

O levantamento aponta que o crédito deverá crescer 9% em 2025, com a carteira de recursos livres tendo expansão de 8,3% e a direcionada de 9,7%. Com isso, haverá redução do ritmo de crescimento em relação à expansão da carteira de crédito de 2024, prevista para fechar em 10,5%.

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Na data da divulgação, os dados do ano anterior ainda não foram inteiramente contabilizados, mas os números até novembro apontam avanço na faixa de dois dígitos do crédito no ano.

Segundo a Febraban, o crescimento expressivo em 2024 é reflexo de fatores como a queda dos juros no 1º semestre, os índices de inadimplência mais contidos, elevação da renda das famílias, recuperação do crédito para as empresas e novos programas públicos.

Para o início de 2025, a alta dos juros e disparada do dólar aperta o cenário econômico, mas ainda não é possível identificar como o ano vai terminar. “As previsões são sensíveis à evolução dos números e aos resultados da economia, e conforme o cenário fiscal ficar mais claro e os indicadores sinalizarem resultados positivos, o crédito poderá voltar à faixa de dois dígitos”, diz Sardenberg.

A pesquisa também revela a expectativa dos bancos para a taxa de juros ao longo do ano, inflação, câmbio, taxa de inadimplência, atividade econômica, cenário fiscal brasileiro e política monetária dos Estados Unidos.

Dólar, juros e inflação devem manter ciclo de alta em 2025

No atual ciclo monetário, a maioria das instituições (84,2%) estima que o Copom eleve a taxa Selic para além dos 14,25% nos primeiros meses do ano, chegando aos 15% em junho de 2025. Contudo, uma ligeira maioria (52%) acredita em uma inversão do ciclo monetário ainda este ano, com uma nova flexibilização.

Em relação à inflação, a maioria dos bancos (57,9%) espera que o IPCA encerre 2025 acima do teto da meta de 4,5%, em função da atividade aquecida, mercado de trabalho apertado e o câmbio depreciado.

O dólar deve seguir em patamares mais altos, mas há uma expectativa de recuo do câmbio, que deve continuar próximo dos R$ 6 ao longo do ano, com recuo para R$ 5,90, segundo mediana do levantamento. Nos Estados Unidos, 57,9% dos analistas participantes esperam que o Federal Reserve (FED) siga cortando juros.

No campo fiscal brasileiro, a maior parte dos entrevistados (66,7%) estima que o pacote aprovado no Congresso gere uma economia entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões nos próximos dois anos.

Bancos projetam dados sobre atividade econômica e inadimplência em 2025

A respeito da atividade econômica, metade dos bancos espera que o PIB cresça em torno de 2,0% em 2025, que é o consenso atual de mercado. Porém, 27,8% dos participantes esperam um crescimento menor, diante do nível restritivo da política monetária e redução dos estímulos fiscais.

Ainda de acordo com a pesquisa, a expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre aponta ligeira piora. Para 2025, a projeção da inadimplência da carteira livre se elevou um pouco e atingiu 4,7%, ante 4,5% na pesquisa anterior.

“Esses dados indicam que as instituições financeiras começam a ver um cenário mais negativo para a inadimplência do próximo ano e, por isso, precisamos analisar com atenção a performance das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros”, complementa Sardenberg.

Os bancos que participaram do levantamento foram: Banco ABC Brasil; Banco Bradesco; Banco BTG; Banco BV; Banco Cooperativo Sicredi; Banco Daycoval; Banco do Brasil; Banco do Estado do Pará; Banco do Nordeste; Banco Itaú; Banco Inter; Banco Santander; Banrisul; BNDES; BRB – Banco de Brasília; Caixa Econômica Federal; Citibank; JP Morgan; e XP Investimentos.

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