Povo Avá-Guarani sofre novos ataques no oeste do Paraná: quatro indígenas feridos

O povo Avá-Guarani, da Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste do Paraná, voltou a ser alvo de ataques violentos na noite desta sexta-feira (3). Quatro indígenas ficaram feridos e precisaram ser encaminhados ao Hospital Bom Jesus de Toledo, a cerca de 100 quilômetros do local.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o local tem sido alvo de ações violentas desde o dia 29 de dezembro. Os episódios incluem o ataque a um indígena baleado no braço no dia 31 e outra indígena queimada no pescoço no dia 30.

Ataques e ação das autoridades

De acordo com a Polícia Federal, os ataques ocorreram por volta das 21h, quando disparos foram realizados em direção à comunidade indígena instalada próximo ao bairro Eletrosul. Em nota, a PF confirmou a ocorrência de crime e informou que forças de segurança pública federais, estaduais e municipais foram deslocadas ao local para prevenir novos episódios de violência.

As investigações tiveram início ainda na noite de sexta-feira, com peritos criminais federais recolhendo evidências na manhã deste sábado (4).

Apelos e denúncias

Durante os ataques, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou um pedido de ajuda urgente, relatando mensagens enviadas por lideranças Avá-Guarani: “Estamos cercados nesse momento” e “Está havendo tiros por todos os lados.” A organização exigiu das autoridades uma resposta imediata, incluindo a punição dos responsáveis.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) também condenou a violência, que tem ocorrido de forma reiterada na região desde o final de dezembro de 2024. Em comunicado, o MPI informou que está acompanhando a situação por meio do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas e em diálogo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para acelerar as investigações.

Reforço de segurança

O MPI solicitou o aumento do efetivo da Força Nacional na região, com base na Portaria 812/2024, que já havia autorizado a presença de agentes na área. No entanto, lideranças indígenas e a Apib denunciam que a quantidade de efetivo presente é insuficiente para conter os ataques. “Mesmo com a presença da Força Nacional na região, os ataques continuam!”, alertou a organização.

Os ataques contra a TI Tekoha Guasu Guavirá evidenciam a escalada de violência contra os povos indígenas no Brasil e a fragilidade da segurança em áreas de conflito fundiário. Lideranças indígenas, organizações de defesa dos direitos humanos e autoridades federais continuam a pressionar por uma resposta efetiva que garanta a proteção das comunidades e a responsabilização dos criminosos envolvidos.

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