Enterocolite: entenda a doença que afetou bebê de Viih Tube

O recém-nascido Ravi, filho dos ex-BBBs Eliezer e Viih Tube, passou 19 dias internado na UTI devido a um quadro de enterocolite, uma inflamação do intestino que pode causar complicações sérias. O quadro gerou preocupação, já que ele enfrentava problemas de saúde desde o nascimento, em 11 de novembro.A pediatra Isadora Vencioneck explica que a enterocolite é uma doença na qual a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama. Em bebês, ela se apresenta principalmente através de abdômen distendido e recusa da alimentação.“Ainda não identificaram completamente as causas da doença. Mas sabe-se que entre elas está a inadequada irrigação de sangue para o intestino que pode lesar parte do órgão”.

Eliezer e Viih Tube com os filhos, Lua e Ravi, comemorando a vida do bebê

|  Foto:
Reprodução/Instagram

O tipo específico da condição enfrentada por Ravi não foi detalhado, porém, de acordo com a pediatra, a que mais afeta recém-nascidos é a enterocolite necrosante.“Também chamada de NEC, é a emergência gastrointestinal mais frequente e perigosa do período neonatal, acometendo de 0,1 a 0,7% dos nascidos vivos e cerca de 7% dos bebês internados em UTI Neonatal. Além disso, ocorre em cerca de 5% a 8% dos bebês nascidos com peso abaixo de 1,5 kg”.A pediatra Roberta Fragoso destaca que a NEC se caracteriza por inflamação e necrose do intestino. Isso acontece, na maioria das vezes, em recém-nascidos, por imaturidade do sistema digestivo, disbiose e resposta inflamatória exacerbada.“Bebês prematuros e de muito baixo peso ao nascer são particularmente vulneráveis devido à imaturidade do intestino e do sistema imunológico”.A prevenção da condição em recém-nascidos, especialmente em prematuros, envolve a participação do leite materno, que possui compostos bioativos que promovem o desenvolvimento saudável da microbiota intestinal e fortalecem a barreira intestinal.“O manejo inicial da NEC inclui a interrupção da alimentação para permitir o repouso intestinal, descompressão gástrica com sonda nasogástrica e a administração de antibióticos de amplo espectro para combater a infecção bacteriana”, destaca.Em casos mais graves, quando ocorre perfuração intestinal, a intervenção cirúrgica pode ser necessária com a ressecção das áreas mais comprometidas do intestino.“Estratégias nutricionais são cruciais para recuperação e prevenção de complicações. O manejo cuidadoso e individualizado é a base para otimizar os resultados em recém-nascidos com NEC”, finaliza.Problema atinge todas as idadesEnterocolite é o nome que se dá à qualquer inflamação do intestino. A enterocolite necrosante atinge majoritariamente recém-nascidos, principalmente prematuros, que ainda não desenvolveram por completo o órgão. Porém, variações da doença podem atingir crianças, adultos e idosos.“O que a gente chama de gastroenterite, que é uma diarreia, propriamente dita, a gente chama de gastroenterocolite também. Elas são comumente causadas por vírus, mas podem ter origem bacteriana, ou outras causas”, assinala o cirurgião pediátrico Antônio Leal.O gastroenterologista Amadeu Loureiro Lopes conta que existem ainda outras variações que são mais comuns em adultos, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, que são enterocolites crônicas mais graves.“Outras são a colite nervosa, chamada também de cólon irritável; as colites químicas, quando há uma alteração da irrigação dos intestinos; a colite infecciosa, produzida por infecção por bactéria ou por vírus; e a colite alérgica, com intolerância a uma proteína ou uma substância de alimento, como as que são ligadas à intolerância do leite ou do glúten”.

Amadeu Loureiro Lopes conta que existem variações mais comuns em adultos, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, que são enterocolites mais graves

|  Foto:
Kadidja Fernandes/AT

Felipe Mustafa, cirurgião do aparelho digestivo, explica que os sintomas vão desde diarreia leve e cólicas abdominais até diarreia sanguinolenta, febre alta, desidratação severa e dor abdominal intensa.“O diagnóstico é feito através de exame físico, análise de fezes, exames de sangue e, em alguns casos, colonoscopia”.O tratamento depende da causa subjacente e da gravidade dos sintomas, podendo incluir reposição de fluidos e eletrólitos, antibióticos, antivirais ou antiparasitários.“Em casos graves, pode ser necessária internação hospitalar e suporte nutricional. Em situações mais complexas, pode ser necessária ainda cirurgia, que deve ser indicada após avaliação do quadro”.
Fique por dentroEnterocolite necrosanteÉ uma inflamação grave do intestino grosso e delgado que atinge principalmente bebês prematuros.Embora as causas exatas ainda não sejam completamente compreendidas, sabe-se que o problema está associado a uma irrigação sanguínea inadequada no intestino.Essa lesão facilita a invasão de bactérias na parede intestinal, levando à formação de gases.Em casos mais graves, o tecido lesionado pode ser perfurado, permitindo que o conteúdo intestinal vaze para a cavidade abdominal, causando infecção localizada ou até generalizada que pode ser fatal.Emergência gastrointestinalA enterocolite necrosante é considerada a emergência gastrointestinal mais comum e perigosa no período neonatal, acometendo entre 0,1% e 0,7% dos nascidos vivos e cerca de 7% dos bebês internados em UTIs neonatais.Bebês com muito baixo peso ao nascer (1,5 kg ou menos) apresentam maior vulnerabilidade, com incidência de 5% a 8% nesses casos.Outros tipos de enterocolitePseudomembranosa: Inflamação da parte final do intestino, o cólon e o reto, que pode ser causada pelo uso de antibióticos.Neutropênica: Afeta pessoas com diminuição da quantidade de neutrófilos, células do sangue responsáveis pelo combate de infecções.Ulcerativa: É uma doença crônica onde reações exageradas do sistema imunológico causam inflamação e úlceras no intestino grosso.Enterocolite induzida por proteínas alimentares: Reação alérgica que provoca uma inflamação no intestino, desencadeada pela ingestão de certos alimentos.SintomasDor abdominal e cólicas, diarreia, que pode ter sangue; perda do apetite, náusea, vômito verde ou amarelo, presença de muco nas fezes, febre e abdômen distendido estão entre os principais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.