Novo salário mínimo de R$ 1.518 marca retomada de ganhos reais

A partir desta quarta (1º), o salário mínimo no Brasil passa a ser de R$1.518, um aumento de R$106 em relação ao valor de 2024, que era de R$1.412. A nova remuneração inclui a reposição da inflação de 4,84%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida de 2,5% de ganho real. O reajuste foi sancionado pelo governo Lula, em linha com as diretrizes estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal vigente até 2030.

O aumento do salário mínimo representa um importante impulso ao consumo interno. Com mais renda em mãos, cerca de 59 milhões de pessoas beneficiadas diretamente tendem a gastar mais em bens de consumo e serviços, movimentando setores como alimentação, vestuário e comércio local. Essa injeção de recursos na economia fomenta o mercado interno, gerando empregos e fortalecendo a cadeia produtiva.

Segundo estudos econômicos, a valorização do salário mínimo é uma das estratégias mais eficazes para dinamizar a economia, pois beneficia diretamente as classes com menor poder aquisitivo, que reinvestem a maior parte de sua renda em consumo. Essa política promove a circulação de riqueza e reduz as desigualdades regionais.

O reajuste afeta positivamente trabalhadores formais, informais, aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de empregados que recebem seguro-desemprego ou abono salarial. Estima-se que o novo salário mínimo impacte diretamente mais de 19 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, além de 4,7 milhões de beneficiários do BPC.

Para muitas famílias, o salário mínimo é a única fonte de renda, sendo essencial para garantir alimentação, moradia e outros itens básicos. Sua valorização tem impacto direto na redução da pobreza e na melhoria da qualidade de vida das camadas mais vulneráveis da população.

Comparativo com gestões passadas

Entre 2003 e 2017, o salário mínimo acumulou um ganho real de 77%, impulsionado por uma política de reajuste que considerava a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Esse período de valorização foi interrompido entre 2018 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando os reajustes se limitaram à inflação, sem ganho real.

A retomada de uma política de valorização, embora limitada pelo arcabouço fiscal, marca um passo importante para a recuperação do poder de compra dos trabalhadores. Entretanto, especialistas apontam que o ganho real de até 2,5% previsto na nova regra é inferior à média histórica de avanços no período mencionado, quando a economia brasileira crescia de forma mais robusta.

Contexto histórico e importância do salário mínimo

Criado em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, o salário mínimo surgiu como instrumento de proteção social e valorização do trabalho. Desde então, tem sido objeto de intensas disputas políticas e sindicais, sendo visto como um termômetro das condições socioeconômicas do país.

Além de ser um direito constitucional, o salário mínimo simboliza uma conquista histórica das classes trabalhadoras, consolidando-se como uma das principais políticas de redistribuição de renda e combate às desigualdades. Sua valorização não é apenas uma questão econômica, mas também um compromisso com a justiça social e a dignidade humana.

O post Novo salário mínimo de R$ 1.518 marca retomada de ganhos reais apareceu primeiro em Vermelho.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.