À frente do Banco Central, Gabriel Galípolo começa sua gestão com previsões de alta nas taxas de juro 

A indicação do presidente Lula (PT) para a presidência do Banco Central (BC) deve enfrentar uma série de desafios no início de sua gestão à frente da instituição financeira. Gabriel Galípolo assume diante de um cenário com previsão de, no mínimo, dois aumentos na taxa Selic, além de também se tornar alvo das críticas que o próprio partido do presidente sofre.  

Até o momento, já existe sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) para elevação do juro básico nas próximas duas reuniões da entidade. A taxa deve subir um ponto percentual ainda em janeiro e mais um em março. A Selic terminou em 12,25% ao ano em 2024. 

Os indicativos da instituição financeira reacendem os atritos entre o BC e o PT. A presidente do partido de Lula, Gleisi Hoffmann, já tecia críticas à presidência de Campos Neto, que deixou o comando do Banco em dezembro de 2024, dizendo que ele cometia “terrorismo para elevar ainda mais a indecente taxa de juros”. 

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Agora, após a sinalização do Copom, Hoffmann dá novas declarações. Para a presidente do PT, o BC precisa de uma nova política monetária.

Apesar das críticas, de acordo com o que foi confirmado pelo próprio Galípolo, foram os votos dos diretores indicados por Lula no Copom os de maior peso para as definições do BC quanto às taxas. O novo presidente do Banco Central afirma que o colegiado não guia sua decisões com base em “posts em redes sociais” e garantiu que a transição de cargo com Campos Neto se deu tranquilamente, entre “amigos”. 

Analisando o histórico de votação dos encontros do Copom, é possível ver que os indicados de Lula raramente divergem dos votos dos colegas. Galípolo mesmo, em 12 encontros, só teve voto diferente de Campos Neto uma única vez. Apesar das críticas de Lula e do PT, e da alta do dólar, Galípolo segue afirmando que a presidência do BC seguirá autônoma. 

JUROS

A previsão da taxa anualizada do juro real no Brasil é de 9,48%, tornando o Brasil o país com o segundo maior número nesse indicador, segundo levantamento da MoneYou. O juro real é um cálculo feito com a taxa nominal descontada a inflação no país, um dos pontos centrais no desafeto entre o governo Lula e o BC. 

No cálculo “ex-ante” (estimativa de juros para os próximos 12 meses) feito pela MoneYou, o Brasil ocupa a segunda posição com seus 9,48%, ficando atrás apenas da Turquia que aparece com 13,3%. Em terceiro lugar no ranking aparece a Rússia, com 8,91%, na sequência a Colômbia, com 6,46%, e depois o México, com 5,75%. O 10° colocado é Hong Kong, com 2,13%, e o 20° é a Coreia do Sul, com 0,75%. 

SELIC

Conforme apontam as projeções dos agentes financeiros, o pico da Selic, a taxa básica, deve acontecer em junho de 2025, quando ela alcançará 15%. A partir desse ponto, a expectativa é de que o BC abaixe os juros a partir das reuniões do segundo semestre. Interessante lembrar que é a primeira vez desde 2006 que a taxa Selic atinge esse patamar, caso se confirmem as previsões. 

Vale lembrar que, segundo informações do próprio BC, “a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia outras taxas de juros do país, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A definição da taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação”.

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