Ponte que caiu entre Maranhão e Tocantins afeta rotas agrícolas (e deixa Pará em alerta)

A queda da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na divisa entre os estados do Maranhão e Tocantins, ocorrida no último domingo, dia 22 de dezembro, prejudicou, de imediato, o transporte entre as regiões mais próximas.

Porém, um impacto mais significativo, que envolve o agronegócio, poderá ser sentido nos próximos meses.

O posto fiscal da cidade de Aguiarnópolis, que ficava na saída da ponte do lado do estado do Tocantins, registrava, por dia, cerca de 2 mil caminhões em trânsito.

Com o desabamento, rotas alternativas para muitos veículos que transportam produtos agrícolas chegam a somar mais de 200km adicionais nas viagens. Isso acontece porque o Rio Tocantins, onde a ponte caiu, é considerado uma referência na divisa entre os estados.

Morreram no desastre pelo menos oito pessoas e nove estão desaparecidas. O acidente envolveu caminhões, sendo que um deles transportava defensivos agrícolas.

O presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, explicou ao AgFeed, que na ponte, que fica na rodovia conhecida como Belém-Brasília, trafegam carga de diferentes produtos do Norte do Mato Grosso, como na região do Vale do Araguaia, além do Norte do estado de Goiás, de algumas regiões do Matopiba e até cargas do Sul do Pará.

“A queda traz um problema bem sério de logística de grãos. Vai ter um desgaste, não sei se vão colocar uma balsa, mas preocupa para o escoamento da safra 2024/25”, diz.

Vanderlei Ataídes, presidente da Aprosoja-PA, acredita que a queda traz um transtorno para toda a região. No caso do Pará, a soja que vai até o Porto de Itaqui (MA) passa pela ponte.

“Temos a possibilidade de embarcarmos grãos em Barcarena e até Miritituba (ambos no Pará), mas o Sul do Pará acaba indo para Itaqui”, diz.

Com a ausência da ponte, a “volta” que os caminhões precisam dar aumenta o tempo de logística e o preço do frete. “Com isso, os insumos chegam para o estado na parte de cima, o que pode afetar o estado todo”.

Uma alternativa é dar a volta por Marabá (PA), ou via balsas de algumas cidades próximas da ponte que despencou.

“Já temos relatos de um caos nessas cidades, pois como são balsas mais demoradas, vemos um acúmulo de veículos que não estão dispostos a dar voltas”, afirmou. Entre essas cidades estariam Carolina e Porto Franco, ambas no Maranhão.

Ataídes ainda vê que a segunda safra da região pode ser prejudicada, prevendo que até a época da colheita e envio dos grãos por frete rodoviário, a situação não estará resolvida.

“Dá para notar como estamos fragilizados. Infelizmente falta infraestrutura, outras vias, seja por Carolina em direção a Filadélfia (TO)”, disse, mencionando uma das rotas indicadas pelo governo do Tocantins como alternativas frente à queda da ponte.

Segundo nota do governo tocantinense, os processos que antes ocorriam no Posto Fiscal do Estreito, em Aguiarnópolis, foram redistribuídos para os Postos Fiscais de Bela Vista (Araguatins), Xambioá e Filadélfia.

Com reportagem de Ítalo Bertão Filho

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