Decisões organizacionais das autoridades eleitorais da Venezuela –desde a composição das mesas eleitorais até o layout da cédula– foram tomadas com a intenção de confundir os eleitores e criar obstáculos para uma eleição presidencial livre, dizem integrantes da oposição e analistas políticos do país.
Diante de um cenário claro de derrota do chavismo, o presidente Nicolás Maduro, que tenta seu terceiro mandato consecutivo, aparece longe do candidato da oposição, com mais de 20 pontos percentuais atrás de Edmundo Gonzalez, ex-embaixador do país.
Por outro lado, Maduro insiste em dizer que o sistema eleitoral venezuelano é o mais transparente do mundo, mas a sua própria reeleição em 2018 é considerada fraudulenta por vários países da comunidade internacional.
Mas a oposição e grupos de defesa dos eleitores dizem que decisões logísticas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) podem dificultar o acesso livre ao voto para os 21,3 milhões de eleitores registrados no país. As informações são sda agência de notícias Reuters.
Dos 15.797 locais de votação em todo o país, pelo menos 8.000 terão apenas uma urna, um aumento em relação aos 6.800 locais na eleição presidencial de 2018, segundo dados oficiais.
Com mais votos sendo depositados em cada urna, esses locais são considerados mais difíceis de monitorar possíveis fraudes, segundo a ONG regional Transparência Eleitoral.
O uso de urnas únicas também pode desacelerar o processo de votação e causar filas mais longas, disse a oposição. Cerca de 3,9 milhões de eleitores devem votar em locais com urna única.
Nas redes sociais, alguns eleitores disseram que seu local de votação foi alterado para um em outro estado, em alguns casos longe de suas casas.
Cédula de votação
O design da cédula, que apresenta uma foto de cada candidato acima do logotipo do partido pelo qual estão concorrendo, foi criticado quando foi divulgado em abril.
Fotos de Maduro, que aparece por 13 partidos, ocupam toda a primeira linha e parte da segunda, enquanto os outros 10 candidatos estão espalhados pela cédula. Gonzalez aparece como candidato por três partidos.
A oposição também criticou uma mudança de regra pelo CNE que permite apenas que testemunhas eleitorais desempenhem suas funções na mesma mesa de votação onde votam, e diz que a distribuição de credenciais para testemunhas e funcionários das mesas de votação tem sido lenta.
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