Com mais de 400 mortes, 2024 foi ano mais impactado pela dengue na história de Goiás, diz SES

Conforme o último Boletim Epidemiológico das Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), produzido pela Gerência de Vigilância Epidemiológica, foram confirmados 414 óbitos por dengue de janeiro a dezembro deste ano, com outros 53 ainda estão em investigação. Em 2023, foram confirmados apenas 58 óbitos. O ano de 2024, portanto, conforme apontado para SES, está se consolidando como o período de maior impacto da dengue na história de Goiás.

Em relação às mortes registradas em 2024, como desfecho dos casos em investigação, observou-se que, dos 246 municípios do Estado, 28 apresentam óbitos suspeitos ainda em investigação e 103 registraram óbitos confirmados pelo agravo da doença.

Dos 414 casos de óbitos confirmados por dengue em 2024 até a Semana Epidemiológica (SE) 50, 25% fizeram exames específicos para identificação viral. Em 87% foram identificados o sorotipo DENV-2 e em 13% o sorotipo DENV-1.

Até a 52ª semana epidemiológica de 2023, o estado de Goiás registrou 123.420 casos de dengue notificados, dos quais 70.953 foram confirmados. No segundo semestre de 2024, até a 50ª semana epidemiológica, o número de notificações subiu para 428.516 casos, com 314.412 confirmações. Essa comparação com o mesmo período de 2023 revela um aumento de 265% nos casos notificados e 367% nos casos confirmados em 2024.

Análise por Municípios e Perfil Demográfico

Ainda segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, em 2024, o município de Goiânia registrou o maior número de casos notificados de dengue em Goiás, correspondendo a 14,43% do total de registros no Estado. Na sequência, destacam-se os municípios de Anápolis (10,72%), Aparecida de Goiânia (5,93%), Luziânia (5,19%) e Rio Verde (3,89%).

Desde 2015, o sexo feminino tem sido historicamente o mais acometido pela dengue, independentemente do ano analisado. Essa tendência é confirmada nos dados consolidados, que mostram que as mulheres representam 55,21% do total de casos registrados na série histórica analisada.

A distribuição de casos por faixa etária no mesmo período apresenta um comportamento uniforme, com maior incidência entre jovens adultos de 20 a 34 anos, seguidos pelas faixas etárias de 35 a 49 anos e 50 a 64 anos.

Em 2023, foram notificados 23.027 casos de dengue em crianças de 0 a 14 anos, dos quais 11.686 foram confirmados. Em 2024, até a SE 50, foram reportados 77.009 casos nessa mesma faixa etária, com 53.347 confirmações. Até o momento, foram registrados 33 óbitos confirmados, enquanto nove permanecem em investigação.

É importante destacar que, no que diz respeito à faixa etária, foi registrado um aumento no número de óbitos entre menores de 15 anos a partir de 2022. Em 2024, até a semana epidemiológica 47, foram confirmados 33 óbitos, e 9 ainda estão sob investigação nessa faixa etária.

Casos de Zika e Chikungunya

A febre Chikungunya tem ganhado destaque nacional devido à sua disseminação na Região Sudeste em 2023. Nos anos anteriores, as maiores incidências da doença estavam concentradas na Região Nordeste.

Até 2021, Goiás não havia registrado grandes surtos de Chikungunya. No entanto, naquele ano, um surto foi identificado no município de Bom Jesus de Goiás, além da circulação do vírus em outros 44 municípios, totalizando 586 casos confirmados.

Em 2022, Goiás viu um aumento considerável no número de casos notificados e confirmados da doença. Entre as semanas 1 e 52, foram registrados 6.345 casos, sendo 4.075 confirmados, o que representou um aumento de 429% em comparação com o mesmo período de 2021. Já em 2024, no segundo semestre, foram notificados 14.303 casos, com 10.422 confirmações, marcando um aumento de 224% em relação ao mesmo período de 2023.

Até a semana 50 de 2024, 129 municípios goianos apresentaram casos confirmados de Chikungunya. Esse cenário é preocupante, pois a doença é transmitida pelo mesmo vetor que causa a infecção pelo vírus da dengue, além de afetar pessoas de todas as idades e suscetibilidades. Assim, o estado se encontra em uma situação altamente vulnerável a uma possível epidemia de grandes proporções em praticamente todos os municípios goianos.

Em relação aos óbitos, em 2023 foram confirmadas 10 mortes por Chikungunya. Já em 2024, até a semana 50, foram notificados 64 óbitos, dos quais 17 foram confirmados, e oito ainda estão sendo investigados.

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