Empresário Luiz Galeazzi e família morrem em queda de avião em Gramado

Um avião de pequeno porte caiu na manhã deste domingo, 22, na Avenida das Hortênsias, que corta a cidade de Gramado, na Serra Gaúcha, e deixou dez mortos.

Uma das vítimas é Luiz Galeazzi, empresário que pilotava a aeronave. Ele é filho de Claudio Galeazzi, gestor de reestruturações de grandes empresas brasileiras e morto em 2023. A mãe de Luiz também faleceu numa queda de aeronave em 2010.

A lista de passageiros ainda não foi oficialmente formalizada, mas sabe-se que foram 10 vítimas, incluindo a esposa, a irmã, o cunhado, a sogra e os três filhos de Galeazzi, além de mais duas crianças ainda não identificadas.

Ao todo, 17 pessoas foram feridas e cinco já foram liberadas do hospital. Duas mulheres estão em estado grave por queimaduras foram transferidas para Porto Alegre. Elas seriam uma funcionária e uma hóspede da pousada. 

As informações foram levantadas junto ao sócio de Galeazzi e aos hotéis em que as vítimas estavam hospedadas, segundo coletiva realizada por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, nesta tarde.

O prefeito de Gramado, Nestor Tissot, afirmou à EXAME que foi reativado o gabinete de crise, montado para as enchentes de maio. “Estamos preparados e a postos para qualquer situação”, afirmou.

O presidente Lula lamentou o acidente em suas redes e prestou solidariedade aos familiares das vítimas. “A Aeronáutica investiga as causas do acidente e o governo federal está à disposição do governo do estado e autoridades locais para esclarecermos o mais breve possível”, acrescentou.

Como foi o acidente

O avião colidiu na chaminé de um prédio, depois no segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Destroços ainda alcançaram uma pousada.

No atendimento inicial da ocorrência, pelo menos 15 pessoas foram encaminhadas para o hospital da cidade, a maioria em razão de ter inalado fumaça do incêndio provocado pela queda, segundo informações da equipe de comunicação do Estado do Rio Grande do Sul.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Polícia Civil atuam no local para prestar socorro e isolar a área. A RS-235 está bloqueada para o trabalho dos órgãos de segurança. Por isso, a administração municipal está recomendando que moradores e turistas utilizem a Estrada do Caracol para o deslocamento entre Gramado e Canela.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que investigadores do Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, foram acionados para apurar as causas do acidente. O avião, de prefixo PR-NDN, estava vindo na direção Canela-Gramado antes da queda e iria com destino a Jundiaí, no interior de São Paulo.

Volta do turismo e reabertura do aeroporto

O acidente aconteceu em um momento de recuperação do turismo na cidade após as enchentes que atingiram todo o Estado em maio deste ano. Um dos principais destinos na Serra Gaúcha, Gramado vive neste fim de semana o período de maior ocupação, com muitos turistas vindos para o “Natal Luz”.

Praticamente todos os hotéis da cidade estavam com ocupação acima dos 90%. Muitos desses turistas chegariam ainda neste domingo, o que pode mudar dado que o acinete aconteceu na principal avenida da cidade.

Os agentes turísticos de Gramado ansiavam por este Natal como uma forma de recuperar os prejuízos do inverno, quando a quantidade de turistas caiu mais da metade devido às enchentes do Rio Grande do Sul em maio. Com as chuvas, houve dificuldade de acesso pelas estradas e pelo principal aeroporto do Estado, que só voltou a funcionar no final de outubro. Em maio, o faturamento de praticamente toda rede hoteleira caiu a zero. Nos meses seguintes, ficou entre 30% e 50%.

O clima era de otimismo na cidade. A Laghetto, principal rede de hotéis do município, viu a ocupação saltar para 75% em novembro e para 100% em dezembro. Outras empresas sentiram fenômeno semelhante.

O acidente também acontece poucos dias depois de o aeroporto de Canela ter sido reaberto. Em setembro a Infraero assumiu o controle, com investimentos de R$ 20 milhões. Com as reformas, o aeroporto ficou apto para receber aeronaves de até 9 passageiros e da categoria 2C (ATR-72 – até 72 passageiros), sendo visto como uma potencial alavanca para o turismo local.

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