Uugton Batista pode realizar feito inédito na cultura de Goiânia

Uugton Batista (PL) deve assumir a Secretaria Municipal de Cultura na gestão de Sandro Mabel (UB). O nome, que foi celebrado por grandes realizadores de eventos do setor cultural, sofreu resistência por não ser ligado ao grupo político que tradicionalmente ocupa a pasta das artes. Em bom português, Uugton não é de esquerda — e por isso tem a chance de realizar o que seus antecessores não conseguiram. 

Exatamente um ano atrás, o secretário de Estado de Turismo Fabrício Amaral concedeu entrevista ao Jornal Opção afirmando “Seria muito bom se a tivéssemos um circuito do sertanejo em Goiânia. Isso independe do gosto musical; eu gosto mais de rock [risos]. Mas o turista quer comer a comida típica, tirar fotos com artistas de que gosta, ir a uma praça onde pode ouvir viola caipira […]. Goiânia tem de justificar a viagem e a estadia durante o final de semana”.

Naquela ocasião, Fabrício Amaral afirmou que trabalhava nessa direção, mas que faltava contrapartida do município. “Isso é um projeto nosso, mas depende muito da prefeitura”, disse o secretário. Um ano depois, como a cidade evoluiu nesse sentido? O que fez o secretário Zander Fábio em seus três anos na Secult com o recurso cultural mais rentável da capital? O sertanejo, afinal, é o softpower dos goianos.

A resistência ao nome de Uugton, que vem sempre na forma do argumento “mas cultura não é só sertanejo”, atrai a resposta “mas sertanejo também é cultura”. Da forma como está, a Secult não faz uma coisa nem outra, e o sucesso de uma arte pode financiar as outras. Na realidade, o argumento é um pretexto — o real motivo da zanga é a perda de espaço político para a direita.

A tarefa da Secult na próxima gestão será enorme, e financiamento será bem-vindo. Sandro Mabel pretende tirar do papel o Museu do Sertanejo, no local onde se realiza a Pecuária. É uma possibilidade realizar ainda a Calçada Sertaneja, na Avenida Goiás, conforme proposta pelo vereador Lucas Kitão (UB).

Uugton Batista tem trânsito no meio. Foi gerente de imagem de alguns artistas sertanejos e ajudou a aproximá-los de políticos. Deve ainda ajudar a buscar recursos em Brasília, por conhecer o funcionamento da Cultura por dentro: foi diretor de políticas e eventos da Secretaria de Cultura na gestão de Iris Rezende de 2017 a 2018. 

Por último, sua nomeação tem uma importância maior. Uugton Batista representa mais um laço atado entre os partidos UB e PL. Recentemente, o vereador com mais votos na Capital, Vitor Hugo (PL), foi execrado por fazer seu trabalho: política. Ao aproximar Bolsonaro (PL) de Daniel Vilela (MDB), Vitor Hugo sofreu ameaças de expulsão do líder de seu partido. A nomeação de Uugton em Goiânia é um passo na direção de normalizar o diálogo, o próximo passo deve vir mais naturalmente ainda. 
(I.C.W)

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