Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

A alta recente do dólar levou o Banco Central (BC) a intensificar suas intervenções no mercado cambial. Nesta sexta-feira, 20 de dezembro, o BC realizou um leilão à vista de US$ 3 bilhões e planejava um leilão em linha de US$ 4 bilhões, dividido em duas etapas, que acabou cancelado por problemas técnicos. Além disso, foram aceitas 2 propostas no valor total de USD $2.000.000.000,00. Até agora, dezembro registra US$ 23,76 bilhões injetados no mercado, superando o recorde anterior de US$ 23,35 bilhões de março de 2020.

Os leilões do BC até então foram:

  • 12 de dezembro: dois leilões de linha, totalizando US$ 4 bilhões
  • 13 de dezembro: venda de US$ 845 milhões no mercado à vista
  • 16 de dezembro: intervenção de US$ 4,627 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em leilões de linha e US$ 1,627 bilhão à vista
  • 17 de dezembro: venda de US$ 3,287 bilhões à vista
  • 19 de dezembro: operação de US$ 8 bilhões no mercado à vista, sendo divididos em dois leilões, um de US$ 3 bilhões e outro de US$ 5 bilhões
  • 20 de dezembro: US$ 3 bilhões em leilão à vista (9h15) e foram aceitas 2 propostas no valor total de USD $2.000.000.000,00.

O que são leilões à vista?

Os leilões de dólar à vista são uma das ferramentas usadas pelo BC para regular o mercado de câmbio. Neles, a instituição compra ou vende dólares diretamente em troca de reais, afetando de maneira permanente a oferta de moeda estrangeira no país. Essa estratégia é aplicada, por exemplo, em momentos de grande volatilidade ou desequilíbrio entre oferta e demanda de dólares.

Nos leilões à vista realizados este mês, o BC vendeu bilhões de dólares para conter a alta da moeda, como na intervenção de 19 de dezembro, quando dois leilões somaram US$ 8 bilhões.

Como funcionam os leilões de linha

Diferentemente do leilão à vista, o leilão de linha envolve a venda de dólares com um compromisso simultâneo de recompra futura. Essa modalidade é usada para aumentar a liquidez temporária no mercado, sem alterar a exposição cambial das instituições envolvidas.

Essas operações são comuns no final do ano ou em períodos de escassez de moeda estrangeira. Em dezembro, o BC realizou dois leilões de linha no dia 12, totalizando US$ 4 bilhões, e mais US$ 3 bilhões no dia 16.

Swaps cambiais: proteção sem mexer nas reservas

Outro instrumento de intervenção do BC é o swap cambial. Nessa operação, o Banco Central troca a variação cambial e o cupom cambial (taxa de juros em dólar) pela taxa de juros doméstica, como CDI ou Selic.

Diferente dos leilões de dólar, os swaps não envolvem troca de moeda estrangeira, apenas ajustes financeiros em reais. Eles são usados para oferecer proteção cambial (hedge) ao mercado e, ao mesmo tempo, evitar impactos diretos sobre as reservas internacionais.

Recorde histórico e contexto de atuação

Com as intervenções realizadas até o momento, dezembro de 2024 registra o maior volume histórico de dólares injetados pelo BC. A política de atuação é uma resposta à alta do dólar, que reflete pressões externas e internas, como crises globais ou saídas de capitais de economias emergentes.

O Banco Central segue monitorando o mercado, podendo adotar novas medidas para garantir a estabilidade cambial nos próximos dias.

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