Febre do Oropouche já fez 3.823 vítimas no ES

Os casos de febre do Oropouche não param de crescer no Estado, que tem 3.823 registros. De 2 de novembro ao dia 14 de dezembro deste ano, foram 3.102 casos, segundo boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Um aumento de 430%.Em média, nos últimos 42 dias, foram 73 casos diários. Somente na última semana, o Estado acumulou mais 847 casos, sendo o epicentro da doença o município de Alfredo Chaves, com 1.141 casos confirmados, representando 29,8% dos casos no Espírito Santo.O segundo lugar da lista é ocupado por Iconha, com 450 registros da febre do Oropouche.O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, chama atenção para as condições climáticas, favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor, o maruim.“Ele é de área úmida e tem facilidade de desenvolvimento em matéria orgânica. Como estamos tendo um período de chuva e maior temperatura, isso tem favorecido a espécie”, destacou.Em Alfredo Chaves, localidade com maior número de casos, há um grande cultivo de banana, segundo destacou Orlei. “A população mora, praticamente, em meio as bananeiras, onde há uma grande oferta de maruim”, explicou.DificuldadeO inseto, explica Orlei, é até 20 vezes menor do que o da dengue, o que dificulta a visualização. Chama atenção, segundo o subsecretário, o fato de um maruim poder reproduzir de 50 a 450 ovos da espécie.Para quem vai para regiões com casos da doença, há recomendações práticas, destaca a médica de Família e Comunidade Taynah Repsold, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas.“Primeiramente, usar repelentes à base de substâncias como DEET, Icaridina ou IR3535, aplicando nas áreas expostas do corpo. Deve-se usar roupas de manga longa, calças e, de preferência, em cores claras, porque os vetores são mais atraídos por roupas escuras. É importante reduzir criadouros dos maruins, evitando acúmulo de matéria orgânica, como folhas ou resíduos”.Dores insuportáveis 

Casal ainda sente sintomas da doença.

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Clóvis Rangel/AT

Moradores de Sagrada Família, um dos distritos que mais apresentou infectados pela febre Oropouche em Alfredo Chaves, o casal Edimar Vaneli, de 48 anos, Virginia Pessali Vaneli, de 42 anos, foram diagnosticados há mais de um mês, mas ainda sentem alguns sintomas da doença.“Eu ainda sinto tontura e fraqueza. Primeiro foi a minha esposa que apresentou os sintomas, e nós dois precisamos ir até o Pronto Atendimento receber soro na veia. Foi assustador, porque aqui na cidade todo mundo conhece alguém que ficou doente. A gente achava que não ia chegar até nós, mas chegou. Mal conseguíamos trabalhar na roça, as dores eram insuportáveis”, contou Edimar.Fique por dentro Alfredo Chaves no topo da lista Febre do OropoucheA transmissão é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim). CasosO Espírito Santo contabiliza de 1º de janeiro até 14 de dezembro deste ano, segundo boletim divulgado ontem pela Sesa, um total de 3.823 casos da doença.Uma mulher de 61 anos, moradora de Fundão, morreu em 28 de agosto em decorrência da doença. Outro óbito está em investigação.

Fonte: Sesa

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– Divulgação / Jornal A Tribuna

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