O “mergulho 2.0” do grupo Elsys no campo, com IA para monitorar pragas nas lavouras

O primeiro mergulho da Elsys nos rincões do Brasil foi há 25 anos. À época com dez anos, a empresa de tecnologia iniciou as vendas e se tornou uma das maiores fornecedoras de antenas parabólicas de televisão do País. Montou assim uma rede de distribuição e de assistência técnica de dar inveja a qualquer companhia brasileira.

Essa rede trouxe também a proximidade com produtores rurais, seus principais clientes, e, agora, ajuda no segundo mergulho da empresa no campo. Primeiro foi a NetyLink, empresa do grupo Elsys para o fornecimento de internet sem fio, como informou o AgFeed em maio.

A soma dessa teia de atendimento e da internet rural com demandas dos produtores gerou as primeiras soluções da Elsys para as lavouras a partir da área de Inteligência Artificial (IA).

A principal aposta da companhia é levar uma solução de alta tecnologia para um produto comum nas lavouras: as armadilhas para a captura e contagem de insetos, fundamentais para monitorar a incidência e definir estratégias de controle dessas pragas.

Na versão “analógica” dessas armadilhas, um piso aderente captura insetos atraídos por uma isca natural ou artificial. A contagem dos insetos, feita manualmente por um funcionário, determina a incidência das pragas nas lavouras. Em seguida, o chamado pragueiro encaminha os dados para serem contabilizados na propriedade.

Na armadilha hi-tech desenvolvida pela Elsys, sai o olho do humano e entra uma câmera para captar a imagem da superfície da armadilha.

Ligado a um dispositivo autônomo, conectado a baterias de energia solar, o equipamento envia a informação para uma nuvem analítica, treinado com “machine learning” para interpretar o que é e o que não é praga dentro daquela lavoura.

Pelo celular, o produtor recebe alertas diários com imagens das armadilhas e é capaz de definir mais rapidamente qual estratégia tomar para controlar as pragas.

Segundo Eduardo Tolezani, head de produtos da Elsys, além de definir os caminhos do controle de pragas, a armadilha evita erros humanos e também fraudes de produtores que tentam burlar auditorias de clientes internacionais.

O produto nasceu de forma experimental em propriedades voltadas à fruticultura para exportação, no semiárido nordestino, onde a incidência da mosca-das-frutas é a principal barreira para vendas aos Estados Unidos.

“A gente começou na fruticultura com manga, uva de mesa, para exportação para os Estados Unidos, especificamente, que são um dos mercados mais exigentes com os aspectos fitossanitários”, afirmou Tolezani.

Para emplacar comercialmente o produto, a Elsys testa agora as armadilhas na cana-de-açúcar e na soja. Mas aposta sobretudo na laranja.

A cultura tem no Brasil o maior produtor mundial e que, ao mesmo tempo, vive sob a ameaça do greening, praga sem cura e transmitida por um inseto minúsculo e de difícil identificação nas armadilhas, o psilídeo Diaphorina citri.

“As maiores empresas de citros do País e, consequentemente, do mundo, estão em contato conosco. E o psilídeo, sem dúvida, é a nossa prioridade nesse momento”, explicou o head de produtos da Elsys.

Segundo Tolezani, a conectividade em qualquer região, a capacidade de não só fazer a contagem da praga, mas de registrar e disponibilizar a imagem ao cliente, e a facilidade de auditar processo contra fraudes são os principais argumentos da Elsys para emplacar a armadilha comercialmente.

Ainda na laranja, outro produto desenvolvido pela Elsys é um radar de luz capaz de estimar o peso da carga de um caminhão que sai carregado dos pomares antes de chegar às balanças das processadoras de fruta para fabricação de suco.

O equipamento tenta coibir o roubo ou desvio de parte das cargas nesse trajeto, mas pode ser utilizado, de acordo com a empresa, para calcular e quantificar volumes como soja, açúcar, fertilizantes e gasolina, por exemplo.

Parcerias

Para o desenvolvimento de tecnologias e produtos, a Elsys conta em uma ponta, com a parceria feita com a gigante americana Qualcomm.

Uma das maiores empresas do setor, a Qualcomm fornece “o coração do equipamento, a AI Box, um processador dedicado para a inteligência artificial que a gente usa em todas essas aplicações”, explica Franz Bories, gerente de novos negócios com foco na IA da Elsys.

Os componentes são importados da China, onde a companhia tem um escritório que prospecta fornecedores e garante a qualidade, e montados na unidade fabril em Manaus (AM). O centro de distribuição se localiza em Jaguariúna (SP).

Na outra ponta, a companhia adquiriu uma participação na dtLabs, startup com sede em Bauru (SP) especializada no desenvolvimento de softwares e que caminhará para levar a IA generativa aos produtos da Elsys.

“Não faz sentido simplesmente disponibilizar a informação. A gente precisa rodar uma IA generativa para dar sugestões e entregar mais valor ao cliente”, concluiu Tolezani.

++ Notícias

  • Brava Energia vende parte de campo de gás natural para a PetroReconcavo por US$ 65 milhões

  • De Hard Rock a novo shopping em Santos: os planos do Grupo Peralta para o litoral de SP

  • Rumo à França: Grupo L’Oréal convida jovens para uma competição global. Saiba mais sobre o programa

  • AUTOMOB estreia na B3 como o maior grupo de concessionários do País

  • AUTOMOB estreia na B3 como o maior grupo de concessionárias do País

O post O “mergulho 2.0” do grupo Elsys no campo, com IA para monitorar pragas nas lavouras apareceu primeiro em Market Insider.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.
 
 

[email protected]