Dólar volta a cair com novos leilões do Banco Central e após superar R$ 6,30 pela primeira vez

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O dólar à vista atingiu R$ 6,30 pela primeira vez, mas arrefeceu os ganhos e opera em queda de mais de 1% após intervenções do BC (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) alcançou a cotação de R$ 6,30 e renovou o recorde intradia histórico nas primeiras horas do pregão desta quinta-feira (19), mas a moeda perdeu força após novos dois leilões do Banco Central.

Por volta de 12h (horário de Brasília), a divisa norte-americana operava em queda, a R$ 6,1577 (-1,72%).

O desempenho destoava da tendência vista no exterior. No mesmo horário, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subia aproximadamente 0,11%, aos 108.132 pontos.

Na véspera, o dólar encerrou as negociações a R$ 6,2657 (+2,78%) — e renovou o maior nível de fechamento da história pela terceira sessão consecutiva.

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O que fez o dólar voltar a cair?

O dólar iniciou a sessão em leve queda, a R$ 6,2459, após renovar recordes na véspera. Além do maior fechamento da história, a moeda superou R$ 6,27 durante a sessão.

Ainda ontem (18), o Banco Central anunciou um novo leilão de US$ 3 bilhões à vista, realizado na manhã desta quinta-feira (19) — que não foi suficiente para conter a disparada. Minutos após, o dólar bateu R$ 6,30.

Depois, o BC realizou uma nova intervenção com a venda de mais US$ 5 bilhões à vista – o que fez a moeda voltar a perder força ante o real.

Desde o dia 12 de dezembro, a autoridade monetária injetou mais de US$ 20,75 bilhões, em uma série de intervenções no câmbio, incluindo vendas à vista e leilões de linha (dólares com compromisso de recompra).

Em entrevista coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autoridade monetária seguirá atuando no câmbio a depender do fluxo de saída.

“Entendemos que nesse momento, com as fragilidades que existem e com o fluxo [de saída], que é muito acima da média, o Banco Central precisa atuar na forma como está atuando”, disse Campos Neto.

“Temos uma percepção de que um pedaço do fluxo vem até sexta-feira, até semana que vem, porque a gente tem uma semana de Natal e Ano Novo, onde você tem um volume menor de operações”, acrescentou.

O que movimenta a divisa hoje?

No cenário doméstico, o risco de desidratação do pacote fiscal durante a tramitação no Congresso Nacional segue pressionando os ativos locais, entre eles o real.

O exterior também pesa contra a moeda brasileira. Na última quarta-feira (17), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, como o esperado.

Contudo, o Fed prevê apenas dois cortes de 0,25 pontos-base em 2025 — menor do que o esperado pelo mercado.

Os investidores também reagem a novos dados norte-americanos.

Entre eles, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, o que é consistente com um arrefecimento gradual das condições do mercado de trabalho.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 22.000, para 220.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 14 de dezembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

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