Putin sugere ‘duelo’ de mísseis com os EUA e defende direito de usar armas nucleares na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 18, que as forças de Moscou estariam prontas para um “duelo” com os Estados Unidos a fim de demonstrar a superioridade do míssil hipersônico Oreshnik sobre qualquer sistema de defesa antiaérea americano.

A declaração foi feita durante a coletiva de imprensa anual realizada em Moscou. Putin sugeriu que os EUA designassem um alvo, protegendo-o com seus sistemas disponíveis, enquanto a Rússia lançaria o míssil para provar que nenhum alvo está fora de alcance.

“Estamos prontos para tal experimento”, afirmou Putin, em tom desafiador, enquanto comentava o ceticismo ocidental sobre a operacionalidade do Oreshnik.

O potencial do míssil hipersônico Oreshnik

Utilizado pela primeira vez em combate em novembro, o Oreshnik atingiu a região ucraniana de Dnipropetrovsk. Com capacidade de atingir velocidades de até Mach 10 (dez vezes a velocidade do som) e um alcance estimado de 3 mil km, o projétil pode ser equipado com até quatro ogivas nucleares, configurado no sistema MIRV (Veículo de Reentrada Múltiplo Independentemente Direcionado).

Esse potencial destrutivo tem implicações estratégicas para a dissuasão nuclear global. No entanto, o míssil foi usado na Ucrânia sem carga nuclear.

Ceticismo ocidental e sistemas de defesa dos EUA

Após o anúncio de Putin sobre o uso do Oreshnik, em novembro, fontes ocidentais sugeriram que o projétil poderia ser interceptado pelo sistema americano THAAD (Defesa Terminal de Área de Alta Altitude, em inglês). Atualmente, os EUA possuem apenas sete baterias operacionais desse tipo, levantando dúvidas sobre sua capacidade de enfrentar um ataque em larga escala.

Putin reforçou que a produção em série do Oreshnik já foi solicitada, aumentando a preocupação global com o equilíbrio de forças estratégicas.

Geopolítica e desafios estratégicos

A introdução de armas hipersônicas como o Oreshnik coloca novos desafios para a defesa global. Com velocidades e manobrabilidade excepcionais, esses mísseis podem superar os sistemas convencionais de defesa antiaérea, mudando os cálculos de dissuasão estratégica entre as potências militares.

Embora o “duelo” sugerido por Putin seja improvável, a declaração reflete a crescente competição tecnológica e militar entre Rússia e Estados Unidos, intensificada pelo cenário geopolítico atual.

Com informações de agências internacionais.

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