Ex-PM acusado de matar músico em discussão por som alto vai a júri popular no ES

Guilherme foi morto a tiros após pedir para abaixar
o som no condomínio, na madrugada de 17 de abril de 2023

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Reprodução

O ex-policial militar Lucas Torrezani de Oliveira, de 29 anos, vai a júri popular pela morte do músico Guilherme Rocha, de 36 anos, ocorrida em 17 de abril de 2023, dentro de um condomínio no bairro Jardim Camburi, em Vitória, após uma discussão por conta de som alto. Em sua decisão, o juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho afirmou que há presença de indícios para que Lucas responda em júri popular a acusação de homicídio qualificado por motivo fútil e por utilizar recurso que dificultou a defesa da vítima. Na denúncia encaminhada à Justiça, o Ministério Publico do Espírito Santo narra que o crime foi praticado por motivo fútil, na medida em que os denunciados não concordaram com a abordagem da vítima e justifica a utilização de recurso que dificultou a defesa da vitima, uma vez que Guilherme estava desarmado e foi empurrado, ficando vulnerável, além de que Lucas estava acompanhado por outro amigo.”Existindo indícios suficientes de autoria e prova da materialidade, de rigor a pronúncia do réu Lucas Torrezani de Oliveira pela prática do crime de homicídio qualificado, a fim de que seja submetido a julgamento pelo seu juiz natural, o e. Tribunal do Júri”, diz trecho da decisão. O magistrado não concedeu ao ex-policial militar o direito de recorrer em liberdade. “Faço como forma de garantir a ordem pública e a aplicação da Lei Penal”, justifica.Um amigo de Lucas também era réu na ação penal, mas foi impronunciado pelo juiz. Assim, ele não vai ser levado a júri popular e foi pedido o arquivamento. RELEMBREO músico Guilherme Rocha foi morto a tiro na madrugada de 17 de abril de 2023. Na ocasião, a vítima estava com a família no apartamento onde morava, em um condomínio do bairro Jardim Camburi, em Vitória, quando foi até o hall do prédio, onde estavam Lucas e amigos. O músico disse que ele e a família não estavam conseguindo dormir por conta do som alto e do barulho que o grupo estava fazendo, solicitando que o grupo deixasse o local. De acordo com o processo, Lucas, que na época era soldado da Polícia Militar, sacou a arma e intimidou o músico, dizendo que era policial. Um dos amigos do policial se aproximou. Logo depois, Lucas, com a arma em uma mão e o corpo de bebida alcoólica em outra, se aproximou de Guilherme e projetou o cano da arma por duas vezes em direção ao peito do músico, batendo com a arma no rosto da vítima. O músico tentou se defender, avançando em direção à arma, mas foi empurrado pelo amigo do policial, perdendo o equilíbrio. Lucas então atirou em Guilherme, que ainda tentou sair do hall. A vítima ficou caída no chão, enquanto o ex-policial acompanhou a cena bebendo. A denúncia do MPES ainda destaca que Lucas teria debochado de Guilherme em uma mensagem enviada a amigos, no dia seguinte: “Ele queria dormir, agora dormiu”, reproduz a mensagem o Ministério Público no documento. A Corregedoria da Polícia Militar aprovou a demissão de Lucas em setembro deste ano. 

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