Dezoito pacientes estão à espera de medula óssea no ES

Marcelo Aduan explica que apenas pessoas com até 35 anos podem se cadastrar como doadoras

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Para pacientes que lutam contra a leucemia, os linfomas, as anemias graves e outras doenças hematológicas, encontrar um doador de medula óssea é mais do que uma necessidade: é a única esperança para a vida. No Estado, 18 pessoas estão à espera pela doação e sonham com a possibilidade de cura. O número é do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Embora não pareça uma situação de emergência, de acordo com médicos, a chance de se encontrar um doador compatível é de uma em cada 100 mil, no caso de pessoas que não são parentes. Em razão desta dificuldade, entre hoje e o próximo dia 21, ocorre a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. O coordenador do Serviço de Onco-Hematologia e Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas do Hospital Santa Rita de Cássia, Marcelo Aduan, argumenta sobre a necessidade de engajamento social em torno da doação. “É fundamental aumentar o número de doadores, especialmente entre os mais jovens. Apenas pessoas com até 35 anos podem se cadastrar como doadoras. Isso significa que precisamos de mais jovens engajados”. O cadastro de potenciais doadores de medula óssea é rápido, fácil e seguro: basta comparecer a uma unidade do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado (Hemoes) com um documento de identificação e colher uma amostra de sangue, explica a diretora-técnica do Hemoes, Soraya Ferreira de Almeida. “A cultura de doação de medula óssea não é consolidada no Brasil. Para muitos pacientes, não há opção de tratamento, ou seja, a única chance de vida é o transplante de medula”.É o que também alerta o coordenador da residência de Hematologia do Hucam, Marcos Daniel Santos. “A doação é segura e não oferece qualquer risco para o doador, afinal, as células-tronco da medula óssea se retroalimentam com muita intensidade. O doador não sentirá falta. Não é como doar um rim, por exemplo”.Saiba maisDoaçãoA medula óssea, encontrada no interior dos ossos, contém as células-tronco hematopoéticas que produzem os componentes do sangue. Pacientes com doenças que comprometem a produção normal de células sanguíneas, como a leucemia, os linfomas, as anemias graves e outras doenças hematológicas, podem necessitar do transplante de medula óssea.182.320 capixabas estão cadastrados como potenciais doadores18 pessoas estão na espera pela doação de medula óssea no Estado Quem pode doar? É preciso ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite) e não apresentar história de doença neoplásica, hematológica ou autoimune. Como se tornar doador?Para o cadastramento, o potencial doador deve apresentar um documento original de identidade, preencher um formulário com informações pessoais e realizar a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes. Os dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o potencial doador será convocado para realizar outros testes.Como é realizada a doação de medula óssea?A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros.No Estado, desde 2008, apenas o Hospital Santa Rita de Cássia, em Maruípe, realiza transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já na rede privada, desde o fim de 2023, o Hospital Meridional de Cariacica está habilitado para realizar o procedimento.Na coleta de medula óssea, o procedimento ocorre em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. É possível que as células sejam coletadas diretamente da corrente sanguínea, através de um procedimento que dura cerca de 3 a 4 horas.

Como é feita a escolha da fonte de células-tronco?O médico responsável pelo tratamento do paciente deve indicar a fonte selecionada para transplante. O profissional deve relatar os prós e contras de cada método. Qual é a chance de encontrar um doador compatível?A chance de se encontrar um doador compatível é de uma em cada 100 mil, no caso de pessoas que não são parentes. Entre irmãos, a chance é de 30%. Há mais de mais de 38 milhões de doadores no mundo. Fonte: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer (Inca) e especialistas consultados.

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