As operadoras de planos de saúde apresentaram o melhor desempenho no ano passado em relação ao crescimento do lucro líquido. De acordo com o levantamento da Exame Melhores e Maiores, os planos de saúde apresentaram margem líquida de R$ 961,1 milhões, equivalente a 191,1% a mais do que o registrado no ano anterior.
A margem líquida é como um termômetro que mostra a saúde financeira de uma empresa. Ela indica qual foi o lucro real da corporação após pagar todos os seus custos, como aluguel, folha de pagamento, impostos, insumos etc. “Em outras palavras, é o dinheiro que sobrou para os donos da empresa depois de todas as contas pagas”, explica Samuel Barros, reitor do Ibmec no Rio de Janeiro.
No caso das empresas de saúde, diz Barros, o impacto positivo na margem líquida ocorreu por conta dos reajustes aplicados pelas operadoras junto aos beneficiários dos planos, assim como fusões e integrações de operações, o que aumenta a eficiência do setor como um todo. “Mas é uma área que hoje encontra dificuldades para repassar ao cliente final os custos e a inflação médica, que tem um comportamento mais agressivo do que a inflação econômica geral”, pondera Barros.
Dados mais recentes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, em junho deste ano, havia no país 51 milhões de usuários de planos de assistência médica. A maior parte dos beneficiários é atendida por planos coletivos, geralmente oferecidos por empresas ou sindicatos.
Segundo a ANS, em 2023 foram autorizados 1,93 bilhão de procedimentos pelos planos, entre consultas, exames, terapias e cirurgias. O número representa um aumento de 7,4% em relação ao total de procedimentos feitos em 2022: 1,8 bilhão de procedimentos.
Outros setores
Outros setores analisados pelo ranking de Melhores e Maiores, como imobiliário e construção civil, farmacêutico e beleza e seguradoras também apresentaram bom desempenho em relação à margem líquida.
Entre os destaques negativos estão transporte e logística, com redução da margem líquida em 390% entre 2022 e 2023 ( – 390%). Os preços dos combustíveis contribuíram para os resultados negativos. “A alta no custo dos combustíveis provocou efeito direto nos transportes, logística e serviços logísticos, setor que apresentou os piores resultados em diversas análises”, diz Barros.
Vencedores de Melhores e Maiores 2024
Com metodologia desenvolvida pela EXAME, em parceria com o Ibmec, a 51ª edição de Melhores e Maiores leva em conta não somente os indicadores financeiros e contábeis das empresas, como também a diversidade na gestão, boas práticas ambientais e de governança. Foram avaliadas um total de 1287 companhias, das quais 1000 estão classificadas no ranking, que será divulgado no dia 17 de setembro.
LEIA TAMBÉM
- Melhores e Maiores 2024: empresas listadas na premiação têm desempenho melhor que o PIB
O post Melhores e Maiores 2024: Operadoras de planos de saúde aumentam lucro líquido em 191% apareceu primeiro em Market Insider.