A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, bateu boca com o senador Marcos Rogério (PL-RO) durante audiência da Comissão de Infraestruturas. Após a discussão, a ministra decidiu abandonar a audiência.
Marina Silva disse que foi ofendida por falas do senador Omar Aziz (PSD-AM) e questionou a condução dos trabalhos feitas pelo senador, que preside o colegiado. Marcos Rogério havia cortado o microfone da ministra em diversas ocasiões, impedindo a fala dela.
A ministra, então, afirmou que o senador gostaria que ela “fosse uma mulher submissa”. “E eu não sou”, afirmou a ministra.
O senador, então, pediu respeito à Marina e mandou se “pôr no seu lugar”. “Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar”, disse em meio a gritos. Após isso, o senador tentou dar outro sentido à fala e dizer que pediu para que ela se colocasse em seu “lugar de ministra de Estado”.
Após quatro horas, Marina Silva deixou a audiência pública. Minutos antes, o senador Plínio Valério questionou falas da ministra sobre o fato de ela ser mulher. Ele afirmou que “mulher merece respeito, a ministra não”.
“Sou uma mulher de luta e de paz. Mas nunca vou abrir mão da luta. Não é pelo fato de eu ser mulher que vou deixar as pessoas atribuírem a mim coisas que não disse”, disse a ministra.
Marina, então, pediu para que o senador se desculpasse ou dela deixaria a audiência. Ao ouvir a negativa, ela se levantou e deixou o plenário da comissão.
Antes de discutir com Marcos Rogério e Plínio Valério, a ministra travou um embate com Omar Aziz. A discussão teve início quando o senador criticou a conduta de Marina à frente do ministério e os dados apresentados por ela.
Além disso, ele fez uma série de advertência à ministra, afirmando que o Congresso aprovaria novas regras de licenciamento a contragosto da ministra. Ele também falou para a ministra não “reclamar” do parlamento. “Se essas coisas não andarem, a senhora terá responsabilidade”, disse.
Marina disse, então, que faz o seu “trabalho com base naquilo que está na lei e nas futuras gerações”. Aziz rebateu a ministra e afirmou que ela não teria ética. “A senhora não é mais ética do que ninguém. A senhora está atrapalhando o desenvolvimento do nosso país. Tem mais de 5 mil obras paradas no Brasil”, afirmou Omar Aziz.
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