Bahia recebe primeiro de 180 laboratórios maker para popularizar inovação

Na manhã de terça-feira (20), o bairro do Cabula, em Salvador, foi palco da inauguração do primeiro Laboratório Maker do programa Mais Ciência na Escola, instalado no Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia (Ceeinfor) Mãe Stella. A cerimônia contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Laboratórios recebem kits de impressora 3D, robótica e programação

A iniciativa, fruto de parceria entre o Ministério e o Governo da Bahia, busca transformar o ambiente escolar por meio da inclusão de recursos tecnológicos como impressoras 3D, kits de robótica, notebooks e tablets.

O espaço integra uma rede de 180 laboratórios que serão implementados em escolas estaduais baianas, distribuídos por mais de 100 municípios. Equipados com os recursos avançados de design, automação, computadores portáteis e recursos de programação, os laboratórios têm como objetivo transformar o ambiente escolar, promovendo criatividade, letramento digital e protagonismo estudantil.

A ministra Luciana Santos destacou o papel estratégico da ciência na formação das novas gerações: “Ciência é direito de todos. Não importa se você estuda em Salvador, em um território quilombola ou no campo — um país só é forte quando investe no seu povo e na sua capacidade de inovar.”

Ciência como direito e ponte para o futuro

O programa Mais Ciência na Escola, criado por decreto presidencial, visa fortalecer o ensino público por meio da inovação e da cultura científica. Na Bahia, a iniciativa terá investimento de R$ 18 milhões do MCTI e R$ 3 milhões do governo estadual, beneficiando diretamente 1.800 estudantes e 180 professores.

“Quando um jovem tem um equipamento na mão, seja um computador, seja um kit de robótica, aquilo vira quase mágica. Porque é isso que a ciência é: algo que encanta, que desperta curiosidade, que transforma”, destacou o governador Jerônimo Rodrigues.

Para a estudante Emilly Janine Ferreira, do 3º ano do ensino médio da escola Mãe Stella, o laboratório representa um divisor de águas: “Com esse conhecimento, poderemos criar soluções reais, como protótipos inclusivos, próteses para pessoas com deficiência física. Isso é diversidade e inclusão na prática e amplia nossos horizontes”.

20/05/2025 – Inauguração do Mais Ciência na Escola Mãe Stella. Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)

Caravana da Ciência inicia jornada por todo o Brasil

A inauguração também marcou o início da Caravana da Ciência, que celebra os 40 anos do MCTI com atividades em todos os estados brasileiros. A jornada começou com o anúncio de R$ 67,3 milhões em investimentos conjuntos do MCTI e do governo da Bahia, destinados a projetos de popularização da ciência e educação científica.

“É uma das maiores entregas do país nessa área. Estamos mobilizando universidades, institutos, secretarias e comunidades inteiras para fazer da ciência uma linguagem comum e acessível”, afirmou Luciana Santos.

A abertura oficial aconteceu na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com a presença de educadores, estudantes e representantes de instituições de ensino e pesquisa. Também foram anunciados recursos para museus, clubes de ciência, acervos históricos e ações voltadas à juventude, como o projeto PopCiência Jovem.

Popularização e inclusão científica como política de Estado

Com forte enfoque na equidade, o programa contempla escolas de tempo integral, do campo, quilombolas, indígenas e com baixos indicadores sociais. Segundo o professor Alex Ferreira, o novo laboratório representa um compromisso com a transformação: “Aqui, nós criamos oportunidades reais para nossos alunos. Essa é a Bahia que investe, que acredita e que está construindo uma nova educação”.

A professora Fernanda Brito ressaltou a valorização dos educadores da rede pública: “Estamos aqui nos sentindo valorizados. A escola é lugar de fazer ciência. O educar pela pesquisa é possível”.

Parcerias estratégicas: integrando ciência, educação e memória nacional

Além do Mais Ciência na Escola, foram assinados outros compromissos importantes durante a cerimônia:

  • Identidade Brasil: R$ 26,4 milhões para museus e acervos científicos da Bahia
  • Lei PopCiência Bahia e decreto do PopCiência Jovem: incentivo à divulgação científica entre os jovens
  • Programa Propriedade Intelectual nas Escolas: fomento à cultura de inovação
  • Exposição pelos 40 anos do MCTI: resgate histórico e cultural da trajetória do ministério

Para o MCTI, a política de popularização da ciência é também uma resposta ao negacionismo científico. “Estamos construindo um caminho vitorioso para o Brasil — e esse caminho é o da ciência”, resumiu o secretário Inácio Arruda.

“A popularização da ciência é mostrar que vocês são capazes de fazer. Ciência não é lugar só para homem, nem só para branco, nem só para gênio. Ninguém precisa ser genial para fazer ciência”, enfatizou o secretário de Ciência e Tecnologia da Bahia, André Joazeiro.

A Caravana da Ciência continuará ao longo do ano, promovendo oficinas, exposições, debates e atividades que conectam ciência, educação e cidadania, com a missão de tornar o conhecimento uma ferramenta acessível a todos os brasileiros.

Com os Laboratórios Maker, clubes de ciência, exposições itinerantes e políticas públicas integradas, o país dá um passo importante rumo à construção de uma educação científica acessível, democrática e transformadora.

20/05/2025 – Inauguração do Mais Ciência na Escola Mãe Stella Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)

O post Bahia recebe primeiro de 180 laboratórios maker para popularizar inovação apareceu primeiro em Vermelho.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.