Após ser eleito no conclave, o papa deverá escrever o nome pelo qual passará a ser conhecido por todo o mundo. A exemplo, Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, afirmou que escolheu o nome ainda durante o conclave que o elegeu.
“Quando meu nome apareceu pela 27ª vez, irrompeu aplauso, embora a leitura dos nomes ainda continuasse […] Nesse momento mesmo, o cardeal Hummes se levantou e me abraçou. ‘Não esqueças dos pobres’, disse. Essa frase me atingiu em cheio, eu a senti até o âmago. Nesse instante me ocorreu o nome ‘Francisco’.”, escreveu em sua autobiografia.
Francisco afirmou que “não tinha nenhum nome papal à mão”. A decisão o tornou o primeiro papa em 600 anos a ter uma denominação papal inédita.
Se antes de Bergoglio nunca houvera um papa Francisco, os favoritos são: João (23 vezes, a última em 1958-1963), Gregório (16 vezes, por último 1831-1846), Bento (16 vezes, por último 2005-2013), Clemente 14 vezes, por último 1769-1774), Inocêncio 13 vezes, por último 1721-1724), Leão (13 vezes, por último 1878-1903) e Pio (12 vezes, por último 1939-1958). Outros que só foram escolhidos uma vez são Pedro, Fabiano e Constantino.
No PodCast Caravelas, Pedro Din afirmou que o nome escolhido pelo novo papa será “uma declaração”. “João XXIV indicaria continuidade. Bento XVII ou Pio XIII soariam como um retorno à tradição e Francisco II seguiria a linha do último papado. Cada nome carrega um simbolismo profundo, uma visão de Igreja e de mundo”, afirmou.
Pedro ainda comenta a possível a escolha de um nome pelos cardeais mais cotados a serem eleitos. Pietro Parolin poderia escolher João XXIV ou Paulo VII, cardeal Matteo Maria Zuppi poderia ser um João Paulo III, Jean-Marc Aveline poderia ser Leão XIV, o cardeal Raymond Leo Burke, mais conservador poderia escolher Pio XIII, já o cardeal Robert Sarah, de Guiné, também é mais conservador e poderia escolher Pio XIII ou Bento XVII, o cardeal Fridolin Ambongo Besungu poderia escolher homenagear João Paulo III, porque o cardeais africanos cresceram com o papa João Paulo II. O único que poderia dar continuidade na obra do papa Francisco seria o cardeal de Manila, Luiz Tagle que poderia escolher o nome de Francisco II.
Os primeiros papas, a começar por São Pedro, não mudaram seu nome. “A primeira instância documentada foi em 533, por causa de um embaraço”, explica o teólogo e especialista em história papal Jörg Ernesti, de Augsburg. O religioso eleito havia sido batizado em homenagem a um Deus pagão, Mercurius, “ele escolheu se chamar João 2º”.
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