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Fábio Nunes/AT
Presença frequente nas ruas, as bicicletas e patinetes elétricos têm preocupado médicos e até polícia, devido aos riscos de acidentes e quedas.Apesar das regras para esses equipamentos serem as mesmas de bicicletas convencionais – sem limite de idade –, o alerta principal dos especialistas é para adolescentes, que têm usado os equipamentos para ir e voltar da escola e também para lazer.Na última sexta-feira (04), duas adolescentes bateram em um poste ao descer uma ladeira na Praia do Canto, em Vitória, de bicicleta elétrica. Elas voltavam da escola.Segundo informações de pais e de quem passou pelo local, uma delas se feriu na perna e chegou a precisar de cirurgia.O ortopedista e cirurgião de joelho Felipe Ruy afirmou que, durante atendimentos em pronto-socorro, fez duas cirurgias recentes em adolescentes, ocasionadas por acidentes e quedas com bicicletas elétricas.“O que vemos é que a imaturidade dos adolescentes, ao andar com essas bicicletas elétricas, aumenta os riscos de acidentes, associados a fraturas ou a rompimentos de ligamentos mais graves”, afirmou.O ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de Coluna Jefferson Coelho de Léo também destacou a preocupação, especialmente devido à alta incidência de fraturas ortopédicas entre jovens.“As fraturas mais frequentes são em membros superiores, como punho e clavícula, seguidas por membros inferiores, especialmente tornozelo e tíbia”, disse. Ele ressaltou que o uso do capacete e de equipamentos de proteção é essencial para evitar lesões graves.O chefe da equipe de fiscalização de trânsito do Batalhão de Polícia de Trânsito, tenente Lucas Lourenço, explicou que são consideradas bicicletas elétricas aquelas com velocidade máxima de até 32 km/h ou com até 1.000 watts de potência. Ela também precisa ser de pedal assistido.“Qualquer característica diferente disso faz com que as regras mudem e elas deixem de ser consideradas bicicletas elétricas”.No entanto, o tenente reforçou que também há preocupação por parte da polícia para o crescimento da circulação. “Fazemos ações educativas, mas entendemos que é uma responsabilidade compartilhada com os pais. Eles também precisam orientar os filhos e garantir o uso de equipamentos de segurança, como capacete”.O que eles dizemRisco de fraturas“O que temos visto é que as bicicletas elétricas têm aumentado os riscos de fraturas exponencialmente. Qualquer acidente – por mais leve – tem aumentado a gravidade de fraturas ou rompimento de ligamentos. No pronto-socorro, em duas ocasiões, tive que ir com o paciente para o centro cirúrgico. Os dois, menores de idade”.Felipe Ruy, ortopedista especialista em cirurgia de joelhoDireção defensiva“Há uma preocupação crescente com acidentes envolvendo bicicletas e patinetes elétricos, especialmente devido à alta incidência de fraturas ortopédicas entre jovens.Orientar os jovens sobre direção defensiva é fundamental para prevenir acidentes”.Jefferson Coelho de Léo, ortopedista e membro da Sociedade Brasileira de ColunaAvaliação“A resolução que trata do tema não restringe a idade para uso de bicicletas elétricas. Nas nossas ações e abordagens, fazemos orientações de acordo com o previsto. Além disso, cabe aos pais avaliar a capacidade e a responsabilidade do filho ao entregar o equipamento”.Fábio Alves, diretor do Departamento de Operações de Trânsito (DOT) da SerraFique por dentroPatinetes elétricosPotência e velocidadeA Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em julho de 2023, define o que é considerada bicicleta elétrica. Para isso, define regras:Potência: a máxima deve ser de 1000 Watts.Velocidade: não pode ultrapassar 32 km/h, para circulação convencional, e 42 km/h se for utilizada para uma prática esportiva.Características do motorElas não podem ter acelerador.Devem ter sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar (pedal assistido).São movidas por um motor elétrico localizado na roda traseira ou dianteira, alimentado por uma bateria.Alguns modelos contam com uma função que permite que o usuário ative a assistência do motor elétrico sem pedalar, mas apenas até uma velocidade máxima de 6 km/h.CondutoresNão é preciso ter habilitação para pilotar essas bikes elétricas.Como as regras são as mesmas para bicicletas convencionais, elas podem ser conduzidas por menores de idade.Onde pode circularAssim como bicicletas convencionais, as bikes elétricas podem trafegar por ciclovias e ciclofaixas.Se não houver nem uma, nem outra, o ciclista deve trafegar pela via urbana, sempre do lado direito, acompanhando o fluxo de veículos automotores.A bicicleta elétrica só pode circular pelas calçadas, desde que não ultrapasse a velocidade máxima de 6 Km/h.Equipamentos obrigatóriosÉ preciso ter campainha (buzina), retrovisor do lado esquerdo, indicador e o dispositivo limitador eletrônico de velocidade (que pode ser aplicativo de smartphone), sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e dos pedais.Além disso, é obrigatório que os pneus estejam em condições mínimas de segurança.Apesar de não ser obrigatório, o uso do capacete é altamente recomendado por especialistas.Crescimento do mercado no PaísAno – Vendas2016 – 7.6002017 – 7.2002018 – 22.5002019 – 25.0002020 – 32.1102021 – 40.8912022 – 44.8332023 – 50.0042024 – 60.000