Sandramara Matias defende uma gestão que priorize as “necessidades da comunidade acadêmica” da UFG

Guilherme de Andrade

A escolha da nova reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) ainda não foi formalizada, mas o processo segue um caminho tradicional: primeiro, a definição da lista tríplice pelo Conselho Universitário e, em seguida, a criação de uma comissão organizadora. Essa comissão, composta por representantes da Associação dos Docentes da UFG (ADUFG), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Associação de Pós-Graduandos (APG) e dos sindicatos dos técnicos administrativos e docentes, será responsável por conduzir todo o processo eleitoral, incluindo a publicação do edital e a organização da votação.

De acordo com a professora Sandramara Matias Chaves, candidata à reitoria, a escolha deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025, seguindo o cronograma usual da instituição. “Historicamente, essas escolhas acontecem no primeiro semestre, até em função de todos os procedimentos legais que ocorrem após a votação. A previsão é que ocorra na segunda quinzena de junho, mas isso dependerá da comissão organizadora”, explica em entrevista exclusiva ao Jornal Opção.

Ela revela que a candidatura optou por fazer a escolha do nome da vice-reitora ou do vice-reitor após ouvir mais, visto que ainda tem tempo até a formalização do processo. “Nesta fase da pré-campanha, estou dedicando toda a minha energia para ouvir, conversar com as pessoas sobre a organização da própria campanha, sobre as propostas para a futura gestão. Tenho conversado e, principalmente, escutado diversas pessoas”, completa Sandramara Matias.

Uma trajetória de dedicação à UFG

Com mais de 30 anos de experiência na UFG, Sandramara acumulou diversas funções ao longo de sua carreira. Foi responsável pela criação do programa UFG Inclui, pioneiro na reserva de vagas antes mesmo da aprovação da Lei de Cotas. Além disso, atuou como pró-reitora de Graduação entre 2006 e 2013, período no qual coordenou a Comissão de Reestruturação e Expansão das Universidades Brasileiras (REUNI), que dobrou o número de vagas da UFG e permitiu a criação de novos cursos.

Outra importante contribuição de Sandramara foi a implementação do Núcleo de Acessibilidade da UFG, que se tornou essencial para garantir suporte a estudantes, docentes e técnicos administrativos com deficiência. Ela também ocupou o cargo de vice-reitora entre 2018 e 2021, período em que a universidade enfrentou desafios significativos, como cortes orçamentários e restrições federais.

“Acredito que minha trajetória me credencia para disputar o cargo de reitora da UFG. Conheço os desafios e as necessidades da universidade, e sei da importância de uma gestão participativa e voltada para a valorização da comunidade acadêmica”, afirma.

Desde abril de 2022, ela está como diretora executiva da Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG (Funape).

Os desafios da UFG

Para Sandramara, a universidade enfrenta desafios estruturais e administrativos que exigem soluções estratégicas. Entre os principais problemas apontados pela comunidade acadêmica estão o déficit de servidores técnicos administrativos, a necessidade de valorização profissional, a precarização da infraestrutura (como iluminação insuficiente, problemas em telhados e laboratórios desatualizados) e a assistência estudantil.

“A assistência estudantil é uma das maiores preocupações. Há necessidade de mais investimentos em bolsas, moradia estudantil e restaurantes universitários. Além disso, há demandas emergentes, como espaços adequados para estudantes mães”, destaca.

Gestão em tempos de restrição orçamentária

A falta de recursos tem sido um obstáculo enfrentado pelas universidades federais nos últimos anos. Mesmo com a recente recomposição orçamentária do governo federal, ainda há um longo caminho para reverter o subfinanciamento das últimas décadas.

“A UFG fez um esforço enorme para enfrentar essas dificuldades. A recomposição orçamentária é fundamental, mas não resolve todos os problemas de imediato. Por isso, é necessário planejamento, diálogo e definição de prioridades em conjunto com a comunidade acadêmica”, pontua.

Para ela, a solução passa por uma gestão transparente e participativa, buscando parcerias institucionais e ampliando as fontes de financiamento para garantir o funcionamento adequado da universidade.

Eleições e expectativas

Sandramara acredita que a UFG precisa de um modelo de gestão que valorize sua comunidade acadêmica e enfrente os desafios orçamentários com planejamento estratégico. Seu nome foi escolhido com ampla votação da comunidade universitária em 2021, mas não foi nomeada pelo governo federal da época. Agora, ela busca novamente a reitoria com a esperança de dar continuidade a um projeto que fortaleça a UFG e sua missão como instituição pública de ensino, pesquisa e inovação.

“Acredito que, com diálogo e participação, podemos fortalecer a UFG e garantir uma gestão que priorize as necessidades da comunidade acadêmica”, conclui.

  • Leia também: Sandramara Matias Chaves vai disputar Reitoria da UFG em 2025

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