Preço do cacau sobe 190% em dois anos e pode afetar ovos de Páscoa

O preço do cacau quase triplicou nos últimos dois anos e pode afetar a produção de ovos de Páscoa. A alta nos preços da fruta, que atingiu seu pico em dezembro, aumentou os custos de produção. No mês, a tonelada de cacau chegou a ser comercializada por US$ 11.040 na cotação da bolsa de valores de Nova York, uma alta de 163% na comparação com o mesmo mês em 2023.

O aumento foi impulsionado por problemas climáticos nas lavouras dos maiores produtores de cacau do mundo. A África, por exemplo, representa 0% do fornecimento mundial da amêndoa. É o caso da Costa do Marfim, maior produtora, que sozinha gera 45% do cacau do planeta.

A alta afeta o mercado brasileiro, já que o cacau é uma commodity, ou seja, tem seu preço definido internacionalmente.

Em 2024, produtores de chocolates industrial e artesanal usaram estratégias para driblar a alta e, com isso, não repassar o preço para consumidores finais. Porém, durante a Páscoa, a situação pode não se manter, já que o cacau utilizado para fazer o chocolate do feriado foi comprado no segundo semestre de 2024, época do pico dos preços.

Além disso, na Páscoa deste ano serão menos ovos comercializados. Serão produzidos cerca de 45 milhões de unidades, uma queda de 22,4% na comparação com 2024, quando a fabricação foi de 58 milhões.

A produção mundial do fruto caiu pelo terceiro ano consecutivo. Isso significa que países produzem menos cacau do que consomem. Desde a safra 2021/2022, os países já deixaram de produzir 758 mil toneladas.

O Brasil, por exemplo, não consegue suprir a sua própria necessidade de cacau. Em 2024, o mercado demandou cerca de 229 mil toneladas, mas colheu apenas 179.431 mil, uma queda de 18,5% em relação a 2023.

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