“Retaliação política”: OS que geriu Hugo repudia operação da Polícia Federal contra desvios na saúde de Goiás

O Instituto Gerir, Organização Social (OS) responsável pela gestão do Hugo e Hetrin (antigo Hutrin) até 2018, é alvo da Operação Panaceia da Polícia Federal (PF). A investigação trata de supostos desvios de verba através de subcontratações de empresas durante contrato de administração das unidades de saúde de Goiás. A operação foi deflagrada nesta quinta-feira, 6, e cumpre mandados em Goiânia e em Brasília. Em nota, a empresa repudia a investigação e acusa perseguição.  

Em seu posicionamento, a Gerir lembra de decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que considerou como excessivo o prazo das investigações. “Violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a um constrangimento ilegal e injustificado”, destacaram entendimento da corte. A OS fala em “retaliação política” e “ tentativa desesperada de salvar uma operação juridicamente insustentável”. 

A operação da PF, que aconteceu em a Controladoria Geral da União (CGU), se debruça sobre os R$ 900 milhões enviados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para administração das duas unidades de saúde goianas. A 11ª Vara Federal autorizou o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, além do congelamento de R$ 28 milhões dos bens dos investigados. Os montantes investigados teriam sido desviados entre 2012 e 2018, conforme aponta a PF. 

“O Instituto Gerir não aceitará ser alvo de perseguições nem de manobras de retaliação que desrespeitam decisões judiciais e direitos fundamentais”, declarou o Instituto Gerir, que disse que vai entrar com os recursos cabíveis para combater o abuso de poder. 

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A investigação da PF teve início após denúncia anônima e identificou “terceirização generalizada das atividades”, contratos genéricos e dificuldade de fiscalização da execução dos documentos. Além disso, há a hipótese de contratação de companhias ligadas aos gestores da OS.

Conforme revelado pela CNN, um dos mandados foram cumpridos na casa do ex-governador de Goiás e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. Além do desvio de recursos (peculato), os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O Jornal Opção tenta contato com a defesa de Marconi Perillo e com o PSDB, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Leia nota na íntegra: 

A defesa do Instituto Gerir repudia com veemência a deflagração da Operação Panaceia pela Polícia Federal A execução de mandados de busca e apreensão, mesmo após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) haver reconhecido de forma expressa o excesso de prazo das investigações, evidencia um ato de retaliação política e a tentativa desesperada de salvar uma operação juridicamente insustentável.

O TRF1 deixou claro que as investigações, iniciadas há mais de cinco anos para apurar fatos ocorridos em 2012, violaram o princípio constitucional da duração razoável do processo, expondo os investigados a um constrangimento ilegal e injustificado. A decisão ressaltou, ainda, a completa ausência de elementos concretos capazes de justificar a continuidade das apurações, evidenciando o abuso de poder e o caráter desproporcional dessa operação.

Ao ignorar essa constatação do Judiciário, a deflagração da operação e a determinação de medidas extremas, como buscas e apreensões, revelam seu verdadeiro objetivo: manchar a reputação do Instituto Gerir e dos investigados, utilizando-se de uma ação midiática e desprovida de fundamentos jurídicos legítimos.

O Instituto Gerir não aceitará ser alvo de perseguições nem de manobras de retaliação que desrespeitam decisões judiciais e direitos fundamentais. Estamos adotando todas as medidas legais cabíveis para responsabilizar aqueles que insistem em abusar do poder investigativo e ignorar os limites impostos pela Justiça.

Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a ética e a prestação de serviços públicos de qualidade. Confiamos que a Justiça prevalecerá, corrigindo essa grave distorção e pondo fim às práticas abusivas e retaliatórias.

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