Lula desce a rampa e se junta a manifestantes no abraço à democracia

Ao lado de representantes do Judiciário e Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desceu a rampa do Palácio do Planalto nesta quarta-feira (8) para celebrar com manifestantes, na Praça dos Três Poderes, o ato “Abraço da Democracia”.

O presidente foi recebido por populares, representantes de entidades, do movimento social e sindical aos gritos de “Sem Anistia!” e “Democracia!”.

Lula seguiu na praça por um corredor humano até o espaço onde havia um imenso arranjo de flores que formava a palavra democracia.

As flores foram entregues aos participantes numa ação simbólica contra a violência que marcou os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, quando bolsonarista radicais invadiram e depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto, Senado e Câmara dos Deputados.

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Entre os parlamentares que acompanharam Lula, o líder do PCdoB na Câmara, Márcio Jerry (MA), afirma que se trata de um ato histórico importante e simbólico. “É neste evento que a gente relembra aquele 8 de janeiro, um dia vergonhoso na história do Brasil. Nele, a gente tem sempre que reafirmar o valor da democracia”, disse.

“A democracia está viva! Estamos aqui acompanhando as atividades, defendendo a democracia e ecoando o grito de que não há possibilidade de esquecermos o que foi vivido nos últimos anos no nosso país”, afirma a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), também presente no ato.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que também acompanhou o presidente, disse que se tratava de um ato simbólico.  “Destaco a importância de relembrar os ataques às instituições ocorridos em 2023, fruto de uma trama golpista que buscava mergulhar o Brasil na instabilidade e na sombra da ditadura. Hoje, mais do que nunca, é dia de dizer a plenos pulmões: a democracia resistiu e seguirá viva!”, festeja.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

“Abraço da Democracia”

Debaixo de sol e chuva manifestantes esperavam o presidente para concluir a programação que começou com entrega, no Palácio do Planalto, de obras destruídas pelos golpistas e depois restauradas, e uma cerimônia com autoridades.

O ex-deputado constituinte e coordenador nacional da Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC), Aldo Arantes, era um dos que aguardavam.

Com uma proteção na cabeça improvisada contra a chuva, Aldo disse que o momento era de comemoração da vitória da democracia e de conquista eleitoral, uma vez que Lula está governando, mas advertiu para o fato de que a extrema direita continua com força.

Arantes cita como exemplo a decisão da Meta de dispensar checadores de fatos no Facebook e Instagram, além da reaproximação de Mark Zuckerberg, dono da empresa, com presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

“A unificação das big techs, no sentido de se colocarem contra a regulamentação das redes sociais, é um aprofundamento da ameaça à democracia no mundo inteiro. Nós temos que ser presentes, mais do que nunca combinar a luta política, a mobilização social, o povo na rua, com a luta ideológica de combate às ideias fascistas que conseguem ter uma presença muito forte na sociedade brasileira”, adverte.

“Eu acho que esse ato, ele ajuda nesse sentido: quando nós temos de compreender que a luta é cotidiana. É a luta exatamente para reconstruir a hegemonia das ideias progressistas para que nós possamos ter vitória eleitoral em 2026”, completa.

Maria das Neves, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), disse que o momento era de reforçar a luta em defesa do Estado Democrático de Direito e da democracia.

“Há dois anos nós fomos brutalmente atingidos por um ataque articulado pelo ex-presidente da República e setores das Forças Armadas. É o momento, portanto, de dizer que a democracia brasileira persistirá e o povo estará nas ruas para defendê-la em defesa dos direitos humanos, dos direitos das mulheres, de todo o povo brasileiro que tem sido beneficiado ao longo dos últimos anos pela democracia”, avalia.

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