Motta diz que busca ‘blindar’ pauta da Câmara de polarização, mas cobra ‘autocrítica’ de todos os Poderes

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que tem o papel de “blindar” a pauta da Casa da polarização, mas cobrou “autocrítica dos Poderes” para harmonizar o país. O comentário foi feito durante sua participação no evento Lide Brazil Investment Forum, que acontece em Nova York. Na ocasião, ele também foi elogiado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que disse que as relações entre Legislativo e Judiciário são “extremamente cordiais”. O aceno aconteceu em meio ao embate entre as duas instituições provocado pelo julgamento do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) por participação na trama golpista.

— Nós vamos trabalhar para blindar a nossa pauta da polarização. Tenho me esforçado bastante para que implementemos essa agenda. Essa pacificação passa pela harmonia entre os Poderes, mas cada Poder tem de fazer autocrítica para colaborar com essa harmonia — ele disse. As informações são do Jornal O Globo.

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Ao ser questionado se a postura de Motta o havia incomodado, Barroso respondeu com um elogio ao presidente da Câmara, em entrevista à Folha de S.Paulo.

— O presidente Hugo Motta conduz muito bem a Câmara dos Deputados, as relações com a Câmara são muito boas, e o Supremo desempenha o seu papel de interpretar a Constituição. E acho que o faz na medida adequada — disse Barroso. — Temos um arranjo institucional no Brasil que faz com que uma grande quantidade de matérias chegue ao Supremo, mas as relações com os Poderes são institucionais, extremamente cordiais.

O comentário foi feito após a abertura de uma nova frente de disputa entre a Câmara e o Supremo. Na semana passada, Motta acelerou a votação em plenário da norma que autorizava a suspensão da ação judicial contra Ramagem. A medida aprovada, no entanto, também abria brecha para beneficiar outros réus do processo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Dois dias depois, a decisão foi derrubada pela Primeira Turma do STF, que informou que a suspensão ficaria restrita apenas ao parlamentar e a crimes cometidos após a diplomação. Cobrado pela oposição bolsonarista, Motta afirmou que aguarda a assessoria jurídica da Câmara para se posicionar sobre o caso. A resposta deve ser emitida, no entanto, somente após o término da análise do caso no Supremo, como informou a colunista do GLOBO Bela Megale.

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