Manifestantes protestam em Caracas, na Venezuela, após a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais ser anunciada. A polícia acompanha a marcha e não há informações de confrontos ou feridos.
O ato começou após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamar Maduro como presidente da Venezuela. O resultado foi anunciado com 80% das urnas apuradas, o que levou a questionamentos de líderes internacionais e da oposição do país.
As manifestações reunem milhares de pessoas em bairros populares de Caracas. “E vai cair, e vai cair, este governo vai cair!”, gritavam os manifestantes. “Entregue o poder já!”, exclamavam.
No protesto também houve queima de cartazes de campanha com o rosto de Maduro. Eles levavam bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para acompanhar os gritos de protesto. Uma estátua do ex-presidente Hugo Chávez também foi derrubada por manifestantes.
Maduro expulsa embaixadores
No início da noite desta segunda-feira, 29, Nicolás Maduro expulsou todo o corpo diplomático de sete países que não reconheceram sua vitória nas eleições. Os países que tiveram o corpo diplomático expulso são: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Argentina, Chile, Panamá, Peru e Uruguai contestaram o resultado das eleições na Venezuela. A carta foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil Pinto. De acordo com o documento, o país “rejeita as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com ideologias sórdidas do fascismo internacional”.
Brasil aguarda contagem
O governo brasileiro informou, por meio de nota do Ministério das Relações Exteriores, que acompanha “com atenção” a apuração dos votos na Venezuela e parebenizou o “caráter pacífico da jornada eleitoral do país”.
Na nota, o Itamaraty diz que o governo brasileiro “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados” e que “aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Mais cedo, o assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse que o Brasil irá aguardar as atas ao redor da Venezuela para reconhecer um resultado. “Também não vou endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa, e nós queremos apoiar a normalização do processo político venezuelano”, afirmou.
O Itamaraty também enviou uma orientação à embaixadora do Brasil na Venezuela para que ela não compareça à proclamação da vitória de Nicolás Maduro. A instrução a Gilvânia Maria de Oliveira foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira.
Veja o momento em que a estátua é derrubada
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