Em postagem no X, antigo Twitter, onde anunciou o afastamento dos policiais, o governador do Rio de Janeiro disse que a Polícia Civil e a Corregedoria Interna da PM vão investigar o caso. Castro garantiu que todas as imagens do evento, gravadas pelas câmeras corporais dos profissionais, serão disponibilizadas para que as devidas responsabilidades sejam apuradas. “Me solidarizo com os familiares e amigos do jovem Herus Guimarães Mendes e das outras vítimas que foram atingidas durante a festa. Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta e nem diminuir a dor de se perder um ente querido, mas fica aqui a minha tristeza e indignação”, escreveu.Operação deixa 1 morto e 5 feridosSegundo a Polícia Militar do Rio, as equipes do Bope se deslocaram até o Morro do Santo Amaro para checar a presença de “criminosos fortemente armados” no local. A instituição disse que os agentes foram recebidos por disparos antes de fazer o revide.Mas a comunidade contesta. Em nota, a Quadrilha Balão Dourado, uma das que se apresentava na festa junina, disse que o tiroteio teria começado após “uma denúncia falsa” acatada pelo Bope. “Não era baile funk, era festa junina, uma tragédia causada por uma denuncia falsa que o BOPE acreditou”, disse o grupo em comunicado divulgado nas redes sociais horas depois do ocorrido.“Dezenas de crianças e jovens dançando quadrilha. O Morro do Santo Amaro está de luto e nós da Balão Dourado estamos no hospital rezando pelo nosso componente que foi uma das vítimas e por todos os outros que foram do céu ao inferno em alguns segundos”, acrescentou.Além da morte de Herus, outras cinco pessoas foram hospitalizadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Moradores do Morro Santo Amaro realizaram uma manifestação na tarde deste domingo pedindo por justiça pelas vítimas. As faixas continham os dizeres: “Justiça por Herus Guimarães”; “Morro Santo Amaro pede paz”; “Festa Junina não é lugar de operação policial”.
Na nota em que comunica o afastamento dos comandantes do Bope, Aristheu de Góes Lopes, e do COE, André Luiz de Souza Batista, bem como dos policiais envolvidos na operação, a Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio disse que “vem atuando desde que tomou conhecimento dos fatos e que os policiais que participaram da operação já foram ouvidos, bem como as armas utilizadas na ação também já foram disponibilizadas à perícia.”